Teletrabalho no BB: Plenária respalda estratégia do Sindicato e aponta limitações e anacronismos no TRI anunciado pelo banco

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A plenária para esclarecimentos e discussões acerca das regras e do processo de implantação do Trabalho Remoto Institucional (TRI) anunciado pelo Banco do Brasil, realizada na noite desta segunda-feira (21), contou com expressiva participação dos bancários e bancárias, numa demonstração de forte interesse e engajamento dos trabalhadores na modelagem do teletrabalho.

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Após apontarem as sérias limitações impostas pelo Conselho Diretor do banco, destacando impropriedades e anacronismos no denominado TRI, os funcionários do BB externaram reconhecimento à estratégia do Sindicato ao combinar mobilização permanente, ações jurídicas e negociações em busca de avanços em direção às aspirações do funcionalismo.

As centenas de participantes da plenária reconheceram a luta do Sindicato que obteve do BB tanto a protetiva aos trabalhadores do grupo de risco quanto o acionamento do acordo de teletrabalho, embora a proposta para o trabalho remoto tenha ficado muito aquém das expectativas.

A primeira das críticas reside na discordância e descontentamento do conceito do TRI (Trabalho Remoto Institucional), que considera conceitualmente o teletrabalho como ausência dos funcionários. “Neste aspecto, os colegas presentes à plenária manifestaram total discordância com o conceito e destacaram que, pelo contrário, o funcionário está trabalhando, inclusive, com produtividade maior”, pontua Marianna Coelho, funcionária do BB e diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato.

Outras questões importantes levantadas na plenária pelos bancários foram:

• Risco real de perda de talentos em diversa áreas do banco. A postura adotada pela direção do BB ignora ou negligencia a realidade, ao não considerar o teletrabalho preponderante, possibilita que o mercado capte talentos e leve-os para a concorrência, que tem oferecido exatamente essa condição para que o funcionário saia do BB e vá para o mercado.
• Situações claras de perda de talentos se dão, por exemplo, na Ditec, onde se constata desistência de colegas aprovados no ProiTec e até do concurso externo, em decorrência desse desalinhamento;
• Descontinuidade dos projetos-pilotos, sem aproveitamento ou direcionamento das aprendizagens que permitiram ao BB ser benchmarking do tema durante muitos anos para grandes e médias empresas;
• Abranger analistas da CRBB e SAC, pois participaram do piloto de teletrabalho do BB, logo seria esse argumento para incluir esse público na implementação inicial do TRI;
• Abranger escritório exclusivo e leve na implementação dessas soluções, dada a natureza da atuação e compatibilidade com a modalidade;
• Aprimorar a proposta com previsão do trabalho fora da praça, on office;

Diante do enorme descontentamento dos funcionários, a plenária deliberou os seguintes encaminhamentos:

  • Realizar abaixo-assinado ou pesquisa de satisfação junto aos funcionários que possa mensurar expectativas e proposição de iniciativas que possibilitem avanços na implementação do teletrabalho;
  • Realizar plenária específica com os funcionários dos segmentos exclusivo e leve, com vistas a incluí-los como público-alvo;
  • Manter e intensificar a mobilização dos funcionários nas unidades táticas, estratégicas e segmentos da negocial de modo a pressionar a empresa a promover avanços na proposta.

O presidente do Sindicato e também funcionário do Banco do Brasil, Kleytton Morais, destaca: “A nossa luta permanecerá. Conforme já anunciado, será com organização e luta da categoria que asseguraremos os avanços necessários à implementação das conquistas no teletrabalho, sem abrirmos mão de qualquer direito conquistado”. O dirigente ainda chama atenção para a situação criada pelo banco na tentativa de, conforme mencionado na plenária, haver “demonização” do grupo de risco, já que no cômputo total dos percentuais para atuação no TRI o banco o considera.

“Estamos atentos em relação às tentativas de confundir a categoria, do mesmo modo que também buscaremos dialogar com os demais trabalhadores que atuam nas concentrações dos prédios no DF: vigilantes, brigadistas, copeiros, recepcionistas, de maneira a assegurar que a evolução na implementação dessa modalidade de trabalho não implique prejuízos, inclusive, para a manutenção do emprego para esses trabalhadores”, finaliza Kleytton.

Da Redação