‘Quem tem fome tem pressa’ entrega 250 cestas de alimentos e 250 brinquedos para 5 quilombos do território Serra das Araras, em MG

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Em mais uma ação emergencial contra a fome desenvolvida pela campanha ‘Quem tem fome tem pressa’, o Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus do Sindicato visitou cinco comunidades quilombolas (Barro Vermelho I e II, Morro do Fogo, Buracos e Buraquinhos) do território Serra das Araras, no município de Chapada Gaúcha (MG), no período de 19 a 23 deste mês. Nesses locais, foram entregues 250 cestas de alimentos e 250 brinquedos.

Em outras ocasiões, o Sindicato já havia contribuído no enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional dessas comunidades, conforme vem fazendo desde maio de 2020, quando lançou a campanha ‘Quem tem fome tem pressa’ para ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia.

Para o secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato, Robson Neri, é muito gratificante participar destas ações que, segundo ele, só são possíveis de serem realizadas graças à confiança e ao grande apoio dos bancários e bancárias do Distrito Federal, por meio de doações financeiras ao programa.

Robson reitera a importância das ações emergenciais contra a fome e destaca que, junto dos alimentos e brinquedos que são distribuídos para a criançada, há o ingrediente essencial da solidariedade que contribui na animação dos trabalhos e da organizacão comunitária.

“Precisamos enaltecer pessoas como o Almir Paraca (presidente do Instituto Rosáceas de Serra das Araras e ex-diretor da Fundação Banco do Brasil) e a Marta Andrade (psicanalista e escutadeira voluntária no Instituto Rosáceas), que fazem todo este trabalho como voluntários pelo amor ao próximo, sem ao menos esperar reconhecimento. São lideranças como estas e tantas outras espalhadas neste país, que merecem todo o nosso respeito, pois permitem que doações de pessoas que não conhecem essas realidades cheguem a quem realmente precisa”, ressalta o diretor do Sindicato.

Comunidade precisa se organizar

“O governo Lula retornou e começa a movimentar as ações sociais para melhorar a vida do povo. Mas é preciso que a comunidade se organize, participe do processo para ajudar, inclusive, as políticas públicas boas, que vêm através do governo para melhorar a vida do povo, para que possam chegar até os mais vulneráveis, que, às vezes, se sentem abandonados, desemparados”, observa Almir Paraca, enfatizando que, “por isso, é importante se informar sobre os programas, até mesmo para fiscalizar e cobrar”.

“Comer é mais do que um direito, é um ato político. Trazer às comunidades quilombolas a generosa oferta do alimento, e junto a esse movimento, ampliar a discussão sobre a comida e o comer, sobre a ancestralidade guardada no fazer das comidas típicas, sobre o caminho da comida do campo ao prato, vai e foi muito além do alimentar o corpo”, avalia Marta Andrade.

A escutadeira voluntária complementa: “Nessa ação conjunta entre o Sindicato dos Bancários de Brasília e o Instituto Rosáceas, falamos da fome do corpo, mas também das outras tantas fomes, abrindo um campo de intervenção conjunta que reafirma esta parceria de anos. E aqui deixamos em aberto a mesma pergunta que ecoou nas Geodésicas Sertanejas Multifuncionais, espaço de resgate de autonomia e fazer coletivo das comunidades quilombolas visitadas: Você tem fome de quê?”.

> Artigo de Robson Neri | Territórios quilombolas, tesouros históricos

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília