Denúncia: Bancários do BB são vítimas de assédio, perseguição e violência no Escritório Exclusivo Monumental

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O dia a dia no Escritório Exclusivo Monumental do Banco do Brasil, no quinto andar do Sede III, tem sido cruel e adoecedor para a maioria dos bancários e bancárias. Em denúncia reportada ao Sindicato, ao Ministério Público do Trabalho e aos canais internos de apuração do BB, os trabalhadores relatam situações de constrangimento, inclusive físico. O Sindicato cobra providências imediatas do banco e disponibiliza atendimento jurídico e psicológico às vítimas.

Os relatos dão conta de práticas historicamente condenadas pelos representantes dos trabalhadores, discutidas inclusive em mesa de negociação com o BB, tais como: 

– exposição depreciativa de resultados individuais em reuniões coletivas; 

– etarismo, atitudes depreciativas contra funcionários mais velhos; 

– descomissionamentos arbitrários; 

– formação de grupos internos, promovendo deliberadamente a divisão e o isolamento entre os bancários; 

– depreciação da imagem de bancários específicos a partir da exposição de conversas particulares ou em grupos;

– conversas agressivas, gritos recorrentes e toques mais bruscos, provocando choro constante entre os trabalhadores; 

– constrangimento individual por escrito que desrespeitam as normas internas; 

– constrangimento individual por escrito depreciando características pessoais dos bancários que não dizem respeito ao trabalho; 

– constrangimento individual verbal sobre situações de adoecimento; 

– dificuldade na marcação de férias ou abonos, sendo utilizado explicitamente atingimento de resultado como moeda de troca;

A norma interna do banco também vem sendo ignorada. No local de trabalho, a marcação de férias está sendo delegada à Ecoa e as normas de combate e prevenção da covid-19 são constantemente desconsideradas. No auge das mortes da pandemia, o teletrabalho não foi utilizado como medida de prevenção da covid.  Há relatos de uso do home office como moeda de troca e, ao mesmo tempo, constrangimento psicológico depreciativo de trabalhadores que estavam no teletrabalho.

Incentivo e parabenização à venda casada e negócios insustentáveis

Além das situações cotidianas de violência que os trabalhadores da dependência estão sujeitos, há também registros de incentivo e parabenização a práticas de negócios insustentáveis e venda casada, situação ilegal e proibida pelos normativos internos da empresa. 

As situações já foram denunciadas pelo Sindicato e trabalhadores à ouvidoria interna do BB, à Super, à Gepes e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), e também serão denunciadas na Conferência Nacional dos Bancários nesta sexta-feira (10), que acontece em São Paulo.

Enfrentamento aos assédios e discriminações

Em maio, o Sindicato lançou a cartilha “Enfrentamento ao assédio moral, assédio sexual e discriminação no trabalho bancário”, disponível aqui. O documento foi produzido pelo Sindicato em parceria com a LBS Advogados, escritório que assessora a entidade, e tem como objetivo instrumentalizar os trabalhadores sobre como agir frente às situações de assédio, bem como motivar a troca de informações e trazer alento às vítimas.

Bancários e bancárias vítimas de assédio podem denunciar as violências sofridas no ambiente de trabalho. Para isso, basta acionar a Central de Atendimento do Sindicato por telefone (9 9965.6882 e 9 9656.3824) ou por e-mail (centraldeatendimento@bancariosdf.com.br). A identidade do bancário será mantida no mais absoluto sigilo.

Da Redação