#8M: Bancárias engrossam coro contra o machismo e em defesa dos direitos das mulheres

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As bancárias de Brasília somaram forças às milhares de mulheres que marcharam no domingo (8) contra o racismo, o machismo e o fascismo. Na capital federal, o Dia Internacional das Mulheres tomou as ruas do centro da cidade na luta contra os retrocessos que o governo machista e feminicida de Bolsonaro tenta impor.

O Sindicato esteve presente na marcha. A secretária de Mulheres da entidade, Zezé Furtado, integrou as trincheiras da marcha do movimento 8M Unificado. Bancária do BB, Zezé lembra que a unidade entre as trabalhadoras é histórica e o protagonismo da luta das mulheres é herança que deve ser passada adiante.

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“Quinto país do planeta com o maior índice de feminicídio, o Brasil carrega a herança do patriarcado e da escravidão, configurando hoje uma sociedade machista. Em um ano de governo Bolsonaro, retroagimos mais de uma década nos avanços conquistados em direitos humanos. Hoje, vivemos com medo do assédio e da violência. Mas tenho certeza que juntas somos mais fortes e superaremos esse momento de violência contra as mulheres e de precarização dos direitos”, frisou a bancária do BB.

A diretora do Sindicato reforça que a programação de março não se encerra na marcha. “Na sexta, dia 13, receberemos a sambista Dhi Ribeiro para um super show no Teatro dos Bancários e, nos dias 11 e 25 de março e 8 e 22 de abril, o Sindicato realiza rodas de conversa sobre gestão, parto e maternidade, fruto de parceria com o Coletivo Eu Livre. Convidamos todas a participar”, convida.

Presidente do Sindicato, Kleytton Morais participou da atividade convocada pelas mulheres e destacou que “o Dia Internacional das Mulheres teve um brilho a mais neste raiar de 2020. A manifestação, massiva em várias partes do planeta, demonstra o longo caminho a percorrer para a superação das injustiças e mazelas de todas as ordens contra as mulheres”.

Kleytton destacou que os homens podem colaborar com a luta das mulheres. “Não tenho dúvida que o primeiro passo para os homens é a escuta. Ouvir e respeitar a luta das companheiras”, alerta o presidente.

A pauta

Ameaçada diariamente pelo desgoverno do capitão reformado, a defesa da democracia é parte da pauta de luta das mulheres neste 8 de março. Além disso, os gritos que ecoaram na capital cobravam o fim do feminicídio e de todo tipo de agressão, a legalização do aborto, salários iguais aos dos homens, participação efetiva nos espaços de poder. Elas também marcharam por pautas amplas, como a defesa dos serviços públicos, contra as privatizações, contra a precarização das relações de trabalho e todo o desmonte de Estado conduzido por uma política avessa aos interesses do povo.

O assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, também foi lembrado durante a caminhada tanto do DF quanto em outros estados do país. O próximo sábado (14) marca dois anos da morte de Marielle, mulher negra que lutava contra as injustiças e denunciava os ataques aos direitos da população. Até hoje, a justiça não respondeu à pergunta que o movimento negro e de mulheres fazem: ‘Quem mandou matar Marielle?”.

Por todas as mulheres

As mais de 3,5 mil Sem Terra que participavam do 1º Encontro Nacional de Mulheres do MST, realizado em Brasília do dia 5 a 9, somaram suas vozes às trabalhadoras na manifestação do Dia das Mulheres.

A marcha reforçou que a luta é em defesa da vida de todas as mulheres, cisgêneras ou transgêneras, trabalhadoras do campo e da cidade, crianças, jovens, adultas e idosas, negras, brancas e indígenas.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília