Uma campanha construída com participação e unidade nacional

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O Sindicato deu início aos preparativos para a campanha salarial em meados de junho, com a realização de uma consulta com os bancários para saber que prioridades a categoria deveria definir para a Campanha Nacional 2006.

O Sindicato deu início aos preparativos para a campanha salarial em meados de junho, com a realização de uma consulta com os bancários para saber que prioridades a categoria deveria definir para a Campanha Nacional 2006. Foram mais de três meses de trabalho conjunto com os bancários de todos os bancos, públicos e privados, até o desfecho da greve, na última quarta-feira 11 – período durante o qual o Sindicato atuou em várias frentes, de forma a construir um movimento coeso e unitário, em sintonia com os sindicatos em todo o país.

O II Congresso dos Bancários de Brasília, que abriu oficialmente a campanha no Distrito Federal em 22 de julho, lançou as diretrizes que nortearam esse movimento. No final daquele mês, reunidos na 8a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, em São Paulo, bancários de todo o Brasil aprovaram as reivindicações gerais e específicas que seriam levadas às direções dos bancos.

Desde então, o Sindicato realizou uma série de atividades, que incluiu visitas, manifestações e atos nas agências tanto quanto nos prédios administrativos, além de uma paralisação de advertência no dia 26 de setembro, num esforço desmedido que culminou com a deflagração da greve por tempo indeterminado no último dia 29. Em várias dessas atividades, o Sindicato contou com o apoio da CUT-DF e de outros sindicatos de trabalhadores.

Da consulta aos bancários ao fim da greve, acompanhe nas próximas páginas um breve histórico das atividades promovidas pelo Sindicato nesses três meses da Campanha Nacional dos Bancários na luta pela conquista das reivindicações dos trabalhadores.

Consulta para Campanha

Em meados de junho, representantes do Sindicato começam a percorrer os locais de trabalho realizando consulta aos bancários para saber quais as prioridades para a Campanha Nacional deste ano. Além de apontar as principais reivindicações, os bancários também deveriam responder quais as principais formas de fortalecer a campanha salarial.

Bancários aprovam propostas para a campanha

Em 22 de julho, os bancários de Brasília, reunidos no II Congresso, discutem a campanha salarial deste ano e aprovam as propostas que seriam levadas à 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. As decisões foram ratificadas em assembléia realizada ao final do 2º Congresso.

Conferência aprova campanha unificada e pauta de reivindicações

A 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, realizada em São Paulo entre os dias 27 e 30 de julho, aprova a estratégia de campanha nacional unificada na mesa da Fenaban, com negociações simultâneas das questões específicas dos bancos públicos.

Eleição de delegados sindicais

No final de julho, são abertas as inscrições para a eleição dos delegados sindicais no Banco do Brasil, na Caixa e no BRB. Na Tecnologia do Banco do Brasil, as eleições ocorreram de 2 a 4 de agosto.

BB e Caixa entram na campanha unificada, com mesa específica simultânea

Como parte integrante da Conferência, no Encontro Nacional, os funcionários do Banco do Brasil aprovam a Campanha Nacional dos Bancários unificada na mesa da Fenaban, com negociações simultâneas das questões específicas.

Reunidos no 22º Conecef, os delegados da Caixa Econômica Federal também aprovam a campanha nacional unificada, com pauta específica paralela. Da mesma forma, os bancos estaduais aprovam a campanha unificada e definem suas diretrizes, além da pauta de reivindicações, para a campanha.

Começam as negociações da campanha salarial

As negociações da Campanha Nacional dos Bancários começam em 10 de agosto, em meio à divulgação dos balanços dos bancos no primeiro semestre, que mostram novos recordes de lucro.

Manifestação contra assédio moral no Unibanco

Uma série de atividades é realizada no dia 9 de agosto pelos bancários em todo o país por melhores condições de trabalho, pela preservação da saúde do trabalhador e por melhor atendimento à população.  Dentro desse calendário, o Sindicato retarda em uma hora a abertura da agência do Unibanco do Palácio do Comércio, no Setor Comercial Sul, em protesto contra o assédio moral e pelo fim das metas abusivas.

Bancários do BRB aderem à Campanha Nacional

Os delegados sindicais do BRB, reunidos durante seminário realizado no dia 18 de setembro, aprovam a estratégia da Campanha Nacional, com negociações simultâneas das questões específicas. No dia 28 de agosto, o Sindicato entrega as pautas (específica e geral da categoria) ao presidente do banco, Tarcísio Franklin.

Protesto pelo fim do assédio moral no Abn Real

O Sindicato retardou em uma hora, na segunda-feira 28 de agosto, Dia do Bancário, a abertura da agência do Abn Real do Setor Comercial Sul em protesto pelo fim do assédio moral e das metas abusivas.
No dia seguinte, o Sindicato percorre as principais agências bancárias do centro de Taguatinga. No Dia Nacional de Luta, em 4 de setembro, bancários de todo o país pressionam para que apresente propostas á categoria. Em Brasília, o Sindicato faz um ato no Setor Bancário Sul, ao meio-dia, para mobilizar os bancários do Banco do Brasil, da Caixa e do BRB.

Conselho do Sindicato toma posse

No dia 12 de setembro, os delegados sindicais do BB, da Caixa e do BRB (foto acima) tomam posse e aprovam calendário de atividades proposto pelo Sindicato para intensificar a mobilização. O Conselho elegeu como coordenadores Gláuber Moreira e Simone Alves (BB), Valdeci Roni (Caixa) e Marcel da Silva (BRB).

Manifestações em todo o DF

O Sindicato intensifica na primeira quinzena de setembro as atividades de mobilização da categoria com o fechamento de 80% das agências do Setor Comercial Sul, além de concentrações na Matriz da Caixa e nas cidades-satélites de Taguatinga, Sobradinho, Planaltina e Ceilândia, além do Setor Bancário Sul.

Na quarta-feira 20, dia da negociação com a direção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, as agências desses dois bancos, além do BRB, no Setor Bancário Sul (SBS), até às 12h.

Já na sexta-feira 22 de setembro, cumprindo o calendário da Jornada Internacional de Luta, o Sindicato paralisa parcialmente as atividades do ABN/Real da 502 Norte, HSBC das 511 e 504 Norte e Santander da 504 Norte. À tarde, o Sindicato e os delegados sindicais da Tecnologia do Banco do Brasil também fizeram uma manifestação com paralisação nesta sexta-feira — das 15h às 16h30. Também foram realizadas atividades no Lago Sul e no Núcleo Bandeirante.

Greve de advertência pára 120 mil em todo o país

A greve de advertência da terça-feira 26 de setembro teve forte adesão da categoria em todo o Distrito Federal e envolveu bancários de bancos públicos e privados. Em todo o todo o Brasil, cerca de 120 mil bancários participam da paralisação, que atuingiu 24 Estados.

Greve por tempo indeterminado

A assembléia geral dos bancários deflagra a greve por tempo indeterminado em todos os bancos a partir da sexta-feira 29. Uma resposta da categoria à intransigência dos banqueiros, que insistiam numa proposta rebaixada para a categoria.

A greve em Brasília dura 13 dias e tem forte adesão de bancários de todos os bancos, públicos e privados, além dos prédios administrativos e conta com a participação de destaque dos trabalhadores do BRB. No dia 5, é reforçada com a adesão dos bancários de todo o país – no total, quase 200 mil bancários, cerca de metade da categoria, cruzam os braços.

Sindicato pressiona governo por isonomia

O Sindicato também exigiu, durante a greve, a revogação das resoluções 9 e 10 do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento, que impedem a isonomia nos bancos públicos entre novos e antigos funcionários.