Três motivos para a Funcef diversificar os investimentos

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Nos últimos anos, a Funcef tem contrariado as boas práticas de mercado sobre diversificação de investimentos, aumentando cada vez mais o percentual de recursos alocados em renda fixa. Com 58,91% dos investimentos alocados em renda fixa, mais que o dobro do segundo colocado, e com o deficit acumulado 13,2% maior que dezembro de 2018, o desequilíbrio acumulado nos planos já chegou a R$ 5.9 bilhões.

A Fenae explica por que motivos diversificar os investimentos seria a melhor opção para a Funcef e para todo mundo:

1 – Redução da taxa de juros

Com as constantes reduções da taxa básica de juros da economia os investimentos em renda fixa devem apresentar rentabilidade ainda mais reduzida. Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,5 p.p pelo segundo mês seguido, passando de 6% no início de 2019 para 5,5% ao ano e a previsão é que feche 2019 a 5%.

Esse tipo de modalidade sofre grandes impactos a partir da redução dos valores fixados pelo governo. Os títulos públicos, por exemplo, ficam menos interessantes, já que indexados ou não à Selic, têm rentabilidade que oscila à medida que a taxa oscila.

2-      Baixa rentabilidade da renda fixa

Analisando os balanços e balancetes da Funcef, vemos que o seguimento de investimentos em renda fixa possui uma das mais baixas rentabilidades, onde se incluem títulos públicos da União.

De 2016 a 2018, a insistência na renda fixa trouxe ganhos inferiores. Os números de julho mostram que a rentabilidade acumulada dos títulos públicos foi de 6,1% enquanto a renda variável alcançou 18%.

O balanço de 2018 mostra que mesmo os FIPs, após perda em 2016, registraram valorização acumulada de 44,1%, enquanto a renda variável marcou 30% e a renda fixa, 19,9% no mesmo período. Além disso, do total de recursos alocados em renda variável na Funcef, somados todos os planos, 39% estão investidos na Vale, quando poderiam estar mais distribuídos. 

3-      Diversificar diminui o risco

A diversificação da carteira de investimento tem se mostrado, há anos, o caminho mais seguro.

Diversificar os ativos entre renda fica e investimentos considerados de maior risco, mas com expectativa de melhor rentabilidade, como renda variável (ações e participação em empresas) e investimentos estruturados, como os FIPs, é o mais adequado para reverter o desequilíbrio acumulado nos planos.

Uma simulação feita pelo Observatório do Participante mostra que cada 4,5% de recursos investidos que a Funcef realocasse de renda fixa para renda variável representaria em média, um acréscimo de 1% no resultado do Novo Plano. Em média, cada 1 p.p de aumento no resultado do plano pode gerar cerca de 10% a mais no benefício futuro dos participantes do Novo Plano.

Não é saudável concentrar investimentos em renda fixa, pois a rentabilidade não é suficiente para diminuir o deficit acumulado, nem em renda variável onde os investimentos estão sujeitos a mais risco. O segredo é diversificar.

Fonte: Fenae