Trabalhadores dos Correios realizam ato nacional dia 3/10

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As ameaças, pressões e retaliação ao movimento grevista dos trabalhadores dos Correios não foram suficientes para que a categoria recuasse. Em greve desde o último dia 19, o movimento paredista vem ganhando novas adesões e prepara para o dia 3 de outubro, no Dia de Luta pela da Soberania Nacional, ato nacional contra a privatização e em defesa das estatais, em Brasília.

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), além dos 31 sindicatos da base terem aderido à greve, os trabalhadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Tocantins também se somaram ao movimento.

“Os ataques aos trabalhadores dos Correios, tanto pela empresa quanto pelo Judiciário, só aumentaram nossa unidade”, disse a secretária de Imprensa e Comunicação da Federação, Suzy Cristiny da Costa.

A dirigente se refere à liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TST), que determina a permanência de ao menos 80% dos trabalhadores em atividade durante a greve, e à manifestação dos Correios, que entrou com ação de dissídio coletivo para dar fim à greve.

“Essa tentativa de dissídio mostra que a empresa está negligenciando e não quer negociar, coisa que sempre estivemos dispostos a fazer”, avalia Suzy Cristiny.

A sindicalista denuncia que a postura da empresa e do TST seguem a linha política estabelecida pelo governo ilegítimo Michel Temer. “Toda essa represália faz parte do pacote desse governo, de privatização e de retirada de direitos”, declara.

Além de trabalhar para reverter a liminar do TST, a Fentect protocolou, no último dia 26, medida cautelar contra as ameaças da direção dos Correios em relação ao desconto dos dias parados e questionando o quantitativo mínimo de empregados por unidade durante a greve.

Reivindicações

Enquanto os trabalhadores dos Correios reivindicam reajuste salarial de 8% e manutenção dos benefícios conquistados em acordos anteriores, a representação dos Correios atua pautada pela retirada de direitos. Além de apresentar um índice bem inferior ao que os trabalhadores pleiteiam (3%), a empresa quer implementar uma mensalidade para que os trabalhadores tenham direito à assistência médica.

Outra questão preocupante está relacionada à reforma trabalhista, que entra em vigor a partir de 11 de novembro. Os Correios têm prorrogado discussões importantes para os trabalhadores para, assim, negociar o ACT com base no projeto que altera mais de 100 cláusulas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Como se não bastasse, a empresa está na mira do governo golpista para privatização e passa por uma reestruturação que, entre outros pontos, inclui a diminuição do quadro de funcionários.

“Continuaremos mobilizados e na luta para garantir nossos direitos. Precisamos resistir aos ataques do patronal”, explicou o Diretor de Finanças do Sintect – sindicato da categoria no DF –, Jovan Sardinha.

Fonte: CUT Brasília