Trabalhadores dos Correios realizam assembleia nesta terça (10) e podem entrar em greve

0

Em estado de greve há mais de um mês, os trabalhadores dos Correios realizam assembleia nesta terça (10) e podem entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão é contra a negligência da direção da empresa nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e contra o projeto de privatização de Bolsonaro, em que a estatal encabeça a lista.

As negociações do Acordo estão ocorrendo desde junho, porém sem qualquer avanço. Desde o início das conversas, os representantes dos Correios apresentaram uma pauta retrograda, em que propunha a retirada de direitos históricos da categoria.

Em 1º de agosto, quando o ACT que estava vigente venceria, o Superior do Trabalho (TST) determinou a prorrogação da validade do Acordo até o dia 31 daquele mês. Nesse período, representação trabalhista e da estatal continuaram as negociações sob mediação da Corte.

O prazo estipulado chegou ao fim e, mais uma vez, não houve progressos nas discussões. A empresa seguiu apresentando uma pauta repleta de prejuízos para a categoria. Propôs, inclusive, a modificação de mais de 15 cláusulas do Acordo. Entre os absurdos, estão reajuste salarial de apenas 0,8%; fim de benefícios, como o vale-cultura e vale-peru; além da exclusão dos pais como dependentes no plano de saúde e o aumento da coparticipação dos funcionários.

O TST chegou a cogitar outra prorrogação do Acordo vigente para continuar as negociações, mas a empresa não aceitou. Diante disso, a categoria decidiu unificar a luta a nível nacional e, deliberar sobre a deflagração da greve a partir do dia 10.

“Diante da postura da empresa, não temos outra alternativa a não ser se mobilizar e fazer greve. Estamos sem Acordo Coletivo porque o nosso expirou e precisamos encontrar uma solução para essa questão”, disse a presidenta do Sintect-DF (sindicato que representa os trabalhadores no DF e entorno), Amanda Corcino.

Privatização
Outra questão bastante preocupante que unifica a luta dos trabalhadores é quanto ao projeto de privatização do governo Bolsonaro. No final de agosto, foi anunciada uma lista com 17 estatais que serão privatizadas e, segundo Bolsonaro, os Correios será a primeira a ser entregue à iniciativa privada. Outras estatais, como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Eletrobras, Casa da Moeda outras estão na mira do governo.

Entretanto, o processo de privatização ainda deve passar pelo Congresso Nacional, como definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No início de maio deste ano, o STF proibiu a venda de estatais sem o aval do legislativo. Por isso, a mobilização contra o projeto tem ocorrido em todos os espaços, inclusive nas redes sociais.

Exemplo disso é a página no Facebook “Todos Pelos Correios”, que desempenha um papel fundamental no esclarecimento de questões sobre o tema. Diariamente, a página rebate notícias veiculadas pela grande imprensa ou pelo governo federal sobre a necessidade de privatizar os Correios. Além disso, explica a importância de manter a Estatal 100% pública e a serviço da população.

“Esse também é um momento de lutarmos por nossos empregos. Para além da campanha salarial, nossa mobilização é contra a privatização dos Correios, que representa desemprego em massa para os funcionários e precarização dos serviços para a polução. Por isso, precisamos de unidade.”, enfatiza Amanda.

Fonte: CUT Brasília