Trabalhadores/as da CEB fortalecem mobilização contra privatização da estatal

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Em assembleia realizada nesta quinta-feira (1º), os trabalhadores e as trabalhadoras da Companhia Energética de Brasília Distribuição (CEB) deliberaram pela mobilização permanente contra a privatização da estatal.

Como parte das ações de enfrentamento, uma nova assembleia está agendada para a próxima quarta-feira (7), às 9h, na sede da CEB no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Após o encontro, a categoria seguirá para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde realizará um ato com faixaço pela manutenção da CEB como pública e a serviço da população.

No sábado (26/09), do GDF anunciou a venda da CEB por R$ 1,4 bi. A precificação absurda, com o objetivo de atrair o mercado, equivale a um terço do faturamento anual da estatal ─ que foi de R$ 4,4 bi em 2019. De acordo com o STIU-DF, só em valores a receber, a CEB tem cerca de R$ 1,5 bi, valor acima de preço mínimo fixado para a venda.

Um dos setores mais visados para privatização ─ seja a nível federal ou local ─, o setor elétrico vem sendo alvo de ataques desde a década de 90. Não à toa que, no DF, o processo de venda da CEB segue a todo vapor. No âmbito federal, a investida é contra a Eletrobras.

Na avaliação do diretor jurídico do STIU-DF ─ sindicato que representa a categoria ─, João Carlos, isso ocorre porque o setor privado tem como foco ampliar a sua atuação e lucratividade pressionando o setor público. Para isso, cria-se um discurso de ineficiência da prestação de serviços públicos.

“Há uma promessa de que o mercado privado vai resolver os problemas do sistema. Mas não é bem assim que acontece. E como o setor elétrico vem sendo privatizado desde 1994, é mais fácil para o mercado dar seguimento nesse setor. Por isso, a ganância por grandes estatais”, disse.

De fato, as promessas de melhorias na prestação de serviços não são cumpridas. Um exemplo claro disso é o que ocorreu no estado de Goiás. Em dezembro de 2016, a Companhia Energética de Goiás (Celg) foi vendida para a italiana Enel e hoje os goianos sentem na pele os efeitos negativos da medida. Apagões são bastante comuns ─ em média 23 horas sem energia elétrica. Além disso, em três anos, o valor cobrado aos consumidores teve reajuste de 27%.

Apoio

A luta em defesa da CEB conta com apoio de inúmeras categorias. Além da solidariedade de trabalhadores/as de empresas públicas que também lutam contra a privatização ─ BRB, CEB, CAESB e Metrô ─, foi instaurada na CLDF a Frente Parlamentar em Defesa das Estatais, que conta com nove parlamentares da Casa. A nível federal, a mobilização tem o apoio também da deputada Erika Kokay (PT-DF).

Entretanto, a mobilização precisa de mais apoio, já que o GDF pretender realizar o processo de privatização sem passar pela CLDF. “Com o governo, o debate está interditado. O governador nunca quis nos ouvir. Dessa forma, precisamos ampliar o apoio no Legislativo e realizar um trabalho conjunto, pois é uma luta que é de todos nós”, disse João Carlos.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, que participou da assembleia pela manhã, destacou a importância de outras categorias se unirem à luta. “A CEB é um patrimônio do povo de Brasília. Trata-se de uma empresa estratégica para o crescimento econômico e social do DF e, por isso, deve permanecer como pública. É fundamental que nos unamos a essa luta e que engrossemos a mobilização em torno da defesa da estatal”, disse.

Fonte: CUT-DF