Terceirização: sinal vermelho na Diretoria de Tecnologia do BB

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Está em curso na Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil (Ditec) uma auditoria externa, que tem a frente a empresa privada Falconi – Assessoria, e que visa, segundo se comenta nos corredores do edifício sede daquela diretoria, promover o mapeamento de todos os processos específicos da área de tecnologia e determinar o que seria ou não “estratégico” para o Banco.

Dois fatos saltam aos olhos a primeira vista. A instalação da auditoria ocorre no momento em que o governo acaba de aprovar o desmonte da CLT no congresso nacional, que veio para complementar a lei de terceirização já aprovada em março deste ano. Entre outras medidas, foi aprovado a terceirização, também, das atividades-fim. Ou seja, todos os cargos e funções do BB, por exemplo, podem ser terceirizados.

Um outro aspecto que chama à atenção, é que o governo golpista de Temer nomeou para o cargo de vice-presidente de Tecnologia, Gustavo do Vale.

Vale já esteve a frente dessa vice-presidência durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o presidente que fez a farra com as estatais brasileiras em proveito do capital financeiro nacional e internacional e por muito pouco não privatizou o Banco do Brasil. Funcionário aposentado do Banco Central, foi durante muitos anos diretor de Liquidações e operações daquela instituição, homem de confiança de Henrique Meireles, e sem dúvida uma peça dos banqueiros. Com uma rápida passagem pela Infraero, mas com tempo suficiente para avançar no sucateamento daquela estatal com a implementação de uma “reestruturação”, retornou ao BB pelas mãos do ministro da Fazenda.

Durante a gestão de Vale, 2001 a 2003, a Diretoria de Tecnologia atingiu seu máximo grau de terceirização, superando a marca de 50% de terceirizados com relação aos funcionários de carreira. Por ação dos sindicatos e militantes de base da Ditec, que impetraram ação junto ao Ministério Público do Trabalho, a percentagem de terceirizados diminui, mas por manobras do BB e “vistas grossas” da justiça, manteve-se em patamares próximos a 50%.

Portanto, juntando as duas pontas: aprovação da terceirização e a nomeação de um vice-presidente implementador dessa política, aliado ao que vem ocorrendo na CEF, com a alteração dos seus normativos internos, adaptados à nova legislação, não é difícil concluir que “nuvens sombrias” pairam sobre o Banco do Brasil e em particular, sobre a sua diretoria de Tecnologia.

Se é que existiu algum período de uma relativa bonança para os trabalhadores da Ditec, isso faz parte do passado. Os tempos são de golpe de Estado e não se deve ter ilusão de que, a depender do governo e dos seus prepostos a frente da empresa, os postos de trabalho da Ditec serão terceirizados.

Essa discussão deve ser feita nos locais de trabalho e cabe ao sindicato organizar imediatamente os trabalhadores para fazer frente a política dos golpistas.

Lutar contra o golpe e o cancelamento de todas suas medidas, a partir da generalização entre os bancários da luta contra a terceirização.

Fonte: Diário Causa Operária Online