Stonewall: o levante LGBT por direitos

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Se tem uma coisa que a população LGBTQIAP+ conhece é a luta. Seja para resistir à violência policial em bares de Nova Iorque ou São Paulo, seja para viver em um dos piores países para pessoas que estão distantes do padrão socialmente imposto de identidade de gênero e orientação sexual.

Na última terça (28), as telas e as ruas se encheram de cores para celebrar o Dia Internacional do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual, Transexual, Travesti, Queer, Interssexual, Assexual e Panssexual (LGBTQIAP+). O que marcou essa data em 1969, e antes e depois dela, foi a resistência dessas pessoas às mais variadas formas de preconceito e discriminação. E é por isso que a luta por respeito à diversidade ainda precisa existir.

Stonewall Inn pode ter sido o primeiro cenário dessa guerra contra a intolerância a outras expressões que não a heteronormativa. Há pouco mais de 50 anos, em 28 de junho, frequentadores de um bar se organizaram para resistir às constantes batidas policiais, motivadas unicamente pelo público do local. As duas noites de batalha foram chamadas de Revolta de Stonewall, motivando manifestações em favor dos direitos da população LBGT em todo o planeta.

Marsha

Símbolo imortalizado por sua dedicação à luta pelos direitos LGBTs, Marsha P. Johnson é referência na luta contra a invisibilização de pessoas trans e deu vida a iniciativas que garantissem aos jovens o acesso a direitos básicos. Mulher negra, prostituta e ativista, Marsha tinha 23 anos quando os protestos tomaram as ruas de Nova Iorque.

Além de estar na linha de frente das manifestações, Johnson fundou um dos primeiros grupos de luta contra a perseguição aos integrantes da comunidade, a Frente de Libertação Gay, em tradução livre.

“Santa Marsha”, como era conhecida nos arredores do bar, foi encontrada em um rio em 6 de julho de 1992 e a causa da morte anunciada como suicídio. Muitos, no entanto, acreditam que a morte da ativista foi motivada pelo ódio à diversidade.

Levante lésbico brasileiro

No Brasil, um marco na história de resistência e combate às discriminações por motivação de orientação sexual ou identidade de gênero se passou na capital paulista em 1983. Vítimas de perseguição da polícia num país pós-ditadura, mulheres lésbicas foram às ruas protestar contra as constantes expulsões do Ferro’s Bar, reduto das militâncias paulistanas.

Além das operações policiais, da conivência do próprio dono do bar e da proibição de distribuir o jornal Chana com Chana, representantes de todas as letras da sigla se uniram às lésbicas por direitos. O manifesto, noticiado pela imprensa, pontuava que “quando o preconceito fecha as portas, lute para abri-las”.

Depois do protesto, veio um pedido de desculpas, a liberação da venda dos jornais e o incentivo para organização da luta de pessoas LGBTQIAP+. Desde 2008, a data é tida como Dia do Orgulho Lésbico no estado de São Paulo.

Da Redação