Sindicato se solidariza com Vini Jr. e estuda medidas junto ao Santander contra episódios de racismo

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As cenas lamentáveis de racismo que têm marcado as partidas do futebol espanhol não podem se repetir. Enquanto entidade aliada da luta antirracista, o Sindicato manifesta solidariedade ao atacante Vini Jr., atleta do clube Real Madrid, e exige medidas contundentes do Santander. O banco espanhol é patrocinador e dá nome ao campeonato La Liga Santander.

Sem citar o nome do jogador ou o episódio de racismo sofrido pelo atleta neste domingo (21), o banco se limitou a afirmar em nota que “repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo”. O patrocínio do banco chega a 17 milhões de libras por ano, mas o contrato se encerra ao final da temporada 22/23.

Nas redes sociais, autoridades, personalidades e torcedores cobram uma postura do Santander. O ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou em sua conta no Twitter que espera “que essas empresas façam alguma coisa de sério e efetivo sobre o inaceitável e reiterado racismo contra Vinicius Júnior na Espanha”.

“O banco Santander inunda suas campanhas publicitárias de histórias de promoção da diversidade, mas não age de acordo. Já é piada em todos os meios o quão inúteis são as ‘notas de repúdio’, grande gênero literário dos últimos anos. Uma instituição que tem até caso recente de condenação para indenizar cliente por injúria racial não tem lastro para manter o próprio dinheiro tão longe do próprio discurso. Tem que assumir a responsabilidade como patrocinador”, aponta o secretário de Combate ao Racismo e à Discriminação do Sindicatro, Edson Ivo.

A diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e bancária do Santander Eliza Espindola afirma que “o combate ao racismo é missão de todos, dentro e fora de campo. A responsabilização dos criminosos e a adoção de uma postura efetiva do Santander como patrocinador contra esse tipo de violência são fundamentais para demonstrar a gravidade desses episódios recorrentes”.

Entenda o caso

Durante a partida deste domingo, torcedores do Valencia gritaram “mono” (“macaco” em espanhol) quando o atacante estava perto da lateral do campo. O árbitro paralisou o jogo cerca de 15 minutos depois do início dos xingamentos e gestos racistas, já no segundo tempo. O locutor do estádio chegou a pedir que os torcedores parassem, caso contrário a partida seria encerrada.

Vini Jr. apontou os responsáveis pela violência na arquibancada e discutiu em campo com os atletas do time adversário. O brasileiro recebeu um mata-leão durante a discussão. O atacante foi expulso da partida após a reação.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília