Sindicato se reúne com vice-presidenta do BB, pauta demandas locais e garante diálogo sobre ação dos 15 minutos das bancárias

0

Um encontro entre o Sindicato e a vice-presidenta corporativa do Banco do Brasil, Ana Cristina Garcia, acena que a relação entre a gestão do banco e a representação dos trabalhadores está sendo restabelecida. Na manhã da terça-feira (21), diretores do Sindicato pautaram demandas locais dos bancários e propuseran a negociação de um acordo até o final do mês sobre a ação que trata do intervalo de 15 minutos das bancárias.

Superados os desmandos da era Bolsonaro, com ataques sistemáticos ao BB público e aos seus funcionários, o novo comando do banco reabre as portas para o movimento sindical e aponta para maior valorização do corpo funcional.

“A gestão de pessoas do BB, no último governo que se encerrou em 2022, foi completamente abandonada. Os prejuízos e problemas para os funcionários e para o próprio banco foram inúmeros. A sensibilidade da nova direção demonstra que uma demanda histórica do movimento sindical está sendo alavancada e posta em prática: o cuidado com as pessoas, o bem supremo de qualquer instituição”, destaca o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

O dirigente apontou ainda a proposição de um fórum para reconstruir e impulsionar a valorização do corpo funcional do BB. “Identificamos um movimento nunca antes visto, pois muitos colegas se desligaram do banco, mesmo sem um plano de incentivo, evidenciando a necessidade de um projeto para retenção dos talentos que compõem o BB”, comenta Morais.

Entre as demandas exclusivas dos trabalhadores do DF, considerando o encerramento do Mês das Mulheres, o Sindicato tratou de uma ação coletiva de 2013, relativa aos 15 minutos de descanso entre a jornada normal e as horas extras, garantido pelo artigo 384 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) até 2017. Os representantes dos trabalhadores frisaram o interesse de avançar nas negociações ainda neste mês, para encerrar esse processo.

Zezé Furtado, secretária de Mulheres do Sindicato, disse que “tudo indica que vamos chegar a um termo desta ação que vem se arrastando por muito tempo. É hora de buscarmos as conciliações, corrigir eventuais passivos e diminuir a judicialização, pois temos maturidade para negociar”.

Na mesma linha, a representação do Sindicato pediu uma resolução sobre problemas que o BB mantém com novos funcionários que precisaram ingressar no banco via medidas judiciais. É o caso de dezenas de colegas do concurso específico de TI, que estão prejudicados indevidamente pelo enquadramento do “P(D)ERFORMA”, e vários colegas da área de negócios que estão “congelados” na carreira sem perspectivas de ascensão, sentindo-se objetivamente perseguidos por terem requerido judicialmente o direito de serem do quadro do banco.

Também houve uma conversa prévia sobre a ratificação da Convenção 190 da OIT, que visa acabar com qualquer tipo de assédio e violências no ambiente de trabalho, totalmente alinhada ao novo Código de Ética do banco. Algumas demandas de assédio sexual e moral acontecidas no âmbito do BB estão sendo acompanhadas pelo Sindicato, e as resoluções dadas até então são insatisfatórias e criam ambientes para revitimizar as vítimas.

A pauta da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi encaminhada pelo presidente Lula ao Congresso Nacional no Dia Internacional da Mulher como parte do pacote de medidas de proteção à vida e à saúde das brasileiras.

Na oportunidade, mesmo considerando que alguns assuntos serão tratados em mesas de negociação nacional, o Sindicato abordou com preocupação a construção e as formas de cobranças de metas, a rotina ilegal de “desvio de função” nas unidades de negócios e questionamentos de isonomia salarial na DG, além de várias outras críticas ao modelo de remuneração atualmente adotado. Esses assuntos serão compartilhados com a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) para expandir a articulação e construção de soluções na negociação nacional.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília