O fim da obrigatoriedade do uso de máscara protetora facial contra a Covid-19 em ambientes fechados do DF, anunciado pelo governador Ibaneis Rocha nesta quinta-feira (10), após quase dois anos de pandemia, não foi bem recebida pelo Sindicato, que considera a medida prematura e irresponsável.
A justificativa de Ibaneis de que o avanço da vacina e a queda do número de casos de covid foram essenciais para abolir o uso de máscaras não convence, uma vez que os números comprovam que diariamente continuam sendo registrados milhares e milhares de casos da doença em todo o país.
“Defendemos que ainda não é o momento de afrouxar as medidas de segurança sanitária, o que pode colocar em risco a vida e a saúde dos bancários e bancárias, clientes e usuários, uma vez que as agências são locais de grande circulação, favorecendo a propagação e contaminação do vírus”, destaca a secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira.
O Sindicato observa que, ainda que os bancos mantenham a obrigatoriedade de uso de máscaras por seus funcionários, isso não seria suficiente para a segurança de todos. “É essencial a permanência do uso obrigatório do equipamento de proteção dentro das agências bancárias tanto para os bancários quanto para os clientes e usuários”, enfatiza Vanessa.
Momento exige cautela
Especialistas avaliam como precoce a medida que vem sendo adotada em vários estados do país de suspender o uso da máscara contra a covid em locais fechados. É o caso do diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri. Em entrevista à CNN Brasil, na segunda-feira (7), ele pontuou: “O momento pede um pouco de cautela. Quando a gente olha para o Brasil como um todo e vê dezenas de milhares de casos acontecendo diariamente, com pouco menos de 500 óbitos por dia, não dá para imaginar que a gente está numa zona de tranquilidade, mesmo que a gente esteja assistindo uma queda em todos os indicadores”.
Além disso, Kfouri ressaltou que a cobertura vacinal no público infantil ainda é baixa, assim como o percentual de brasileiros vacinados com a terceira dose. “A máscara é uma medida barata, fácil, e o seu abandono não traz benefício”, acrescentou.
Início da obrigação de máscaras
A obrigatoriedade do uso de máscaras no DF começou em abril de 2020. Em novembro de 2021, a medida deixou de ser exigida em ambientes ao ar livre, em função da diminuição do número de casos de covid-19.
No entanto, em janeiro deste ano, com o aumento de casos devido à variante ômicron, a máscara voltou a ser obrigatória. No dia 4 de março, com uma nova redução da contaminação, o uso do equipamento de proteção deixou de ser exigido ao ar livre.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
