Sindicato repudia fala preconceituosa de Ibaneis sobre os neurodivergentes

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O Sindicato dos Bancários de Brasília expressa repúdio veemente à fala infeliz e absurda do governador do DF, Ibaneis Rocha, durante solenidade no Hospital de Base de Brasília (HBB), na terça-feira (12), quando se referiu aos pacientes psiquiátricos como “doidinhos melhores”.

“Nos dias em que não podia ficar na escola, que tinha alguma coisa… minha mãe me trazia, ela trabalhava aqui na psiquiatria, logo aqui atrás, e eu ficava aqui brincando com os doidinhos melhores”, disse Ibaneis.

Utilizar o termo pejorativo “doido”, usado para classificar pessoas com transtorno psiquiátrico, reforça preconceitos e estigmas já existentes contra as pessoas com sofrimento psicossocial. É lamentável que quem deveria dar o bom exemplo, contribuindo para conscientizar a sociedade sobre o uso dos termos corretos, numa postura de acolhimento e respeito à diversidade, e para evitar que pessoas nessa condição rejeitem ajuda para não serem vistos como “loucos”, expresse palavras tão discriminatórias. Saúde mental não é brincadeira.

“Essa declaração constrangedora do governador reforça a importância da mobilização pela conscientização dos cuidados com a saúde mental. É o que o Sindicato vem fazendo, por meio da campanha ‘Menos Metas, Mais Saúde’, uma vez que as doenças mentais têm aumentado muito entre a categoria bancária, uma das que têm o mais alto índice de suicídio, em função da ganância dos bancos que, cada vez mais, aumentam a pressão e cobrança por metas”, destaca a coordenadora do Coletivo de Bancários com Deficiência e Neurodivergentes, Rafaella Gomes, também secretária de Saúde da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

O Sindicato, reconhecido por abraçar as causas sociais, repudia qualquer forma de preconceito e discriminação. A nossa solidariedade à população neurodivergente, que sofreu esse ataque tão ofensivo por parte do chefe do Executivo local.

Esperamos que sejam tomadas medidas judiciais adequadas em relação a esta fala discriminatória.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília