Sindicato repudia adoecimento dos bancários durante atividade em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho

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Esta sexta-feira começou com um ato em Brasília, no Setor de Autarquias Norte, em solidariedade e memória dos trabalhadores vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. O dia 28, instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, também marca a luta de bancários e bancárias contra os crescentes casos de adoecimento da categoria.

Em campanha nacional sobre o tema, os bancários do DF reforçaram, inclusive por meio de um tuitaço, que as metas são as grandes vilãs da saúde física e mental desses trabalhadores. A categoria cobra das instituições financeiras a revisão das metas, redefinindo-as para reduzir o adoecimento e consequente afastamento de bancários e bancárias. O setor bancário é um dos grandes responsáveis por afastamentos por acidentes e doenças do trabalho entre as áreas econômicas, incluindo mais expressivamente a partir de 2013 os transtornos mentais e comportamentais. Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, compilados pelo Dieese.

Durante a atividade, realizada em frente aos edifícios administrativos do BB e BRB, diretores do Sindicato e da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) se revezaram no microfone para destacar ações de prevenção de novos casos de adoecimento no ambiente de trabalho. Secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira apontou que “o adoecimento da categoria está muito vinculado ao assédio moral provocado pela imposição de metas abusivas. É por esta conexão extremamente perversa do ponto de vista da saúde global dos bancários que cobramos dos bancos menos metas já!”.

“Neste dia 28, em que fazemos homenagem aos trabalhadores vitimados por uma organização do trabalho precária, vale destacar a situação dos bancários adoecidos, em particular dos bancos privados, que, quando voltam de retorno médico, são demitidos. Por isso, é importante cobrar, nesse processo por melhores condições laborais e fim do assédio moral, que sejam respeitados os funcionários que por algum motivo adoeceram em função do trabalho bancário”, avalia Wadson Boaventura, diretor da Fetec-CUT/CN.

“O sistema financeiro perpetua a pose e o protocolo de se constituir como um verdadeiro moedor de carne humana. Este mesmo sistema financeiro tem sido um dos maiores responsáveis pelo adoecimento dos trabalhadores brasileiros, em que pese apenas 1% da força de trabalho no Brasil ser de bancários e bancárias, enquanto os adoecidos da categoria representam quase 25% dos acidentados e doentes por causa do trabalho de toda a classe trabalhadora”, denuncia o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

O dirigente conta ainda que “é grande a pressão e o desgaste cognitivo com as atividades e metas desumanas, com a ausência de pessoal e a cobrança, mais que justificada, da população que amarga em longas filas. Queremos gestão de pessoas efetivas nos bancos a partir de um cuidado de assegurar o exercício da profissão dos trabalhadores do sistema financeiro”.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília