“Quanto vale uma vida – Trabalho que adoece!” é o tema do seminário que o Sindicato promoverá na próxima quarta-feira (17), das 14h às 18h, na sede da entidade (EQS 314/315 Sul). O evento será transmitido ao vivo pelas redes sociais do Sindicato.
A professora doutora Ana Magnólia, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da UnB, coordenadora da Clínica do Trabalho no Sindicato, falará sobre ‘Cuidando do sofrimento no trabalho dos bancários’, e a advogada da assessoria jurídica previdenciária do Sindicato, Janaína Barcelos, abordará as ‘Implicações jurídicas do sofrimento no trabalho’.
“Os trabalhadores são atormentados por um ‘sofrimento ético’: eles precisam vender produtos e empurrar crédito, mesmo quando sabem que os clientes não precisam se endividar mais”, endossa Ana Magnólia, que coordenou a pesquisa sobre o adoecimento dos bancários que deu origem à cartilha ‘Você não está sozinho – cuidando do sofrimento no trabalho dos bancários’.
Os resultados da pesquisa apontam maiores riscos de adoecimento para bancários que relataram a vivência de assédio moral, o afastamento de trabalho e o desejo de sair do banco ou mudar de emprego.
Entre os sintomas mais relatados pelos trabalhadores, estão sentimentos de tensão (87,3%), incapacidade de relaxar (86,1%), irritabilidade (83,5%) e inquietação (79,7%). Uma parcela significativa da amostra aponta ainda que tem vontade de desistir de tudo (53,2%) e 38% expressam o sentimento de que não vale a pena viver.
São dados que revelam sofrimento e adoecimento causados pelo trabalho de parcela significativa da categoria, que precisa de ajuda, orientação e, por vezes, de acompanhamento de profissional especializado e principalmente, de muita solidariedade dos amigos, colegas e familiares.
Mônica Dieb, diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, observa que os dados da pesquisa e do atendimento da Clínica do Trabalho revelam que o sofrimento de parcela significativa da categoria decorre da estrutura de trabalho e do modelo de gestão que propiciam o assédio moral organizacional por meio da pressão diária por resultados com cobrança de cumprimento de metas inatingíveis e pela ameaça e o medo de perda de função e do emprego, entre outros.
Da Redação