O Sindicato participou nesta terça-feira (18) da 3ª reunião do Fórum Intersindical de Saúde do Trabalhador, no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/DF), na 912 Sul, para discutir demandas de inspeções relacionadas às condições de saúde e segurança no trabalho. Também participaram representantes dos trabalhadores da construção civil e comerciários.
No início dos trabalhos, os participantes destacaram a importância desses encontros, ressaltando que o Fórum Intersindical é um espaço de construção em saúde, criação de mecanismos de qualificação para ações de vigilância em saúde do trabalhador, pesquisa e confecção de boletins informativos.
Há muitos anos são realizadas ações de vigilância em saúde do trabalhador em vários estados do país, em parceria com sindicatos de várias categorias. Entre os objetivos do Fórum estão possibilitar a articulação entre as instâncias públicas que têm como missão a defesa da saúde do trabalhador e suas representações e fomentar a sua participação e demais instâncias do SUS na Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat).
“Nessas ações pontuais e, muitas vezes, descontinuadas, observou-se a necessidade de se estreitarem os laços entre o movimento sindical, as instituições públicas de vigilância da saúde e as academias, além de outras instituições com interesse nas relações saúde-trabalho”, pontuou Amadeu Alvarenga, aposentado do BB, um dos coordenadores do Fórum.
O diretor da Fetec-CUT/CN Wadson Boaventura fez uma síntese do trabalho desenvolvido pelo Sindicato em relação à saúde do trabalhador, através da Clínica do Trabalho, “que faz atendimento psicológico aos bancários, que sofrem com problemas de saúde mental em consequência do estresse, por conta da cobrança das metas abusivas nos bancos”.
Clínica do Trabalho
A Clínica do Trabalho da Secretaria de Saúde do Sindicato, criada em parceria com a UnB, através de pesquisa ajudou a identificar o número alarmante de doenças psíquicas entre os bancários.
Fernanda Duarte, psicóloga que atende na Clínica do Trabalho, fez uma explanação do trabalho realizado com o bancário. Ela informou que a entrevista é a primeira etapa do atendimento, para diagnosticar o problema do trabalhador. E lembrou que ele é vítima do preconceito no ambiente de trabalho e na sociedade, portanto, o acolhimento é fundamental.
Fernanda, que também é pesquisadora, explicou que a Clínica do Trabalho atua em políticas que visam o tratamento, o combate e a prevenção do adoecimento do trabalhador, além de apoio psicológico. Ela informou ainda que os trabalhos de pesquisa e o atendimento da clínica são coordenados pela professora Ana Magnólia Mendes, do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da UnB.
LER/Dort
A diretora do Sindicato Teresa Cristina lembrou que as doenças psicológicas psiquiátricas ultrapassaram a LER/Dort (lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), lideram o ranking das principais causas de afastamento de bancários. “A pressão pelo cumprimento de metas e o assédio moral estão adoecendo cada vez mais os trabalhadores. Cada vez mais, eles estão fazendo uso excessivo de medicações com tarja preta, e tem aumentado o índice de suicídios”, alertou a dirigente sindical.
Martha Tramm, diretora do Sindicato, também participou da reunião.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
