Sindicato mobiliza bancários no Dia Nacional de Lutas

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Com o objetivo de pressionar a Fenaban a negociar com seriedade e apresentar proposta

concreta à categoria, o Sindicato realizou manifestação pela manhã e início da tarde desta segunda-feira 4 no SBS.

Com o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a negociar com seriedade e apresentar proposta concreta à categoria, o Sindicato realizou manifestação pela manhã e início da tarde desta segunda-feira 4 no Setor Bancário Sul (SBS). O ato, intitulado Dia Nacional de Luta, faz parte da campanha salarial e ocorreu em todo o país.

Na última sexta-feira 1º, a Fenaban anunciou o cancelamento das negociações com o Comando Nacional dos Bancários marcadas para esta semana, quando apresentaria propostas às reivindicações econômicas da categoria.

“Os banqueiros não podem tratar a categoria com desrespeito, pois os lucros estrondosos foram obtidos graças ao esforço de todos os bancários. Queremos aumento real de salário, PLR mais justa, fim do assédio moral e das metas abusivas, entre outros itens”, explicou o secretário-geral do Sindicato, Enilson da Silva.

O diretor do Sindicato lembrou que nesta terça-feira 5 será realizado ato na Tecnologia do Banco do Brasil sobre a campanha salarial e concentração no Congresso Nacional para acompanhar as votações das medidas provisórias que reajustam os salários dos servidores públicos e reconhecem as centrais sindicais.

Durante a manifestação, a Banda Fanfarra do Sindicato e uma trupe de artistas percorreram os edifícios do Banco do Brasil, Caixa Econômica e BRB.

BRB

Em frente à sede do BRB, o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, André Nepomuceno, cobrou compromisso da diretoria do banco nas negociações. "A direção não tem postura de negociar. Por isso, precisamos construir unidade do banco, por meio dos delegados sindicais, e agregar à campanha nacional dos bancários".

André destacou ainda a importância do retorno do auxílio-educação para curso superior aos admitidos a partir de 2000. “Uma empresa como o BRB não pode deixar de incentivar seus empregados. A falta de incentivos faz com que muitos bancários troquem o banco por outras instituições onde as condições de trabalho são melhores”.

Além do auxílio-educação, o diretor do Sindicato lembrou as principais reivindicações dos bancários do BRB: unificação da cesta-alimentação (mesmo valor dos demais bancos), manutenção do atual modelo de PLR, com distribuição linear, comissão paritária para discutir as funções comissionadas, especialmente as das agências, processo seletivo para ocupação de funções transparente e objetivo, com possibilidade de recurso ao Sindicato em caso de contestações de resultado, isonomia para todos os funcionários, e comissão paritária para rediscutir plano de saúde.

São Paulo

Em São Paulo, mais de 3.500 bancários participam da manifestação na Avenida Paulista. Houve paralisação nos prédios administrativos do Safra e do Banco do Brasil e em 25 agências do Bradesco, Itaú e Unibanco, que teriam a abertura retardada até o meio dia.

Em Porto Alegre, os bancários paralisaram até o meio-dia as agências bancárias da Avenida Azenha. No interior do estado, além de paralisações, foram realizados protestos com distribuição de panfletos, esquetes teatrais e manifestações em frente às agências.

No Piauí, dirigentes sindicais realizaram manifestações, das 10h às 12h, no corredor financeiro de Teresina, localizado na Rua Álvaro Mendes, começando pelo Bradesco. De lá, os bancários percorreram o Sudameris, HSBC, Real Unibanco, Banespa e Banco do Brasil.

Campanha Unificada da CUT

O Sindicato participa também esta semana de várias manifestações em Brasília dentro da Campanha Unificada da CUT, que pretende aglutinar todas as categorias de trabalhadores com data-base no segundo semestre (bancários, petroleiros, metalúrgicos, químicos e dos Correios, entre outras) em busca de contratos coletivos nacionais por ramo de atividade.

Na quarta 6, os bancários se juntarão a outras categorias em manifestações nas concessionárias da Volkswagen, para protestar contra as demissões da empresa automobilística no ABC paulista, onde os metalúrgicos estão em greve.

“Assim como nós bancários queremos fazer um acordo coletivo valendo para todos os trabalhadores do ramo financeiro, os trabalhadores de outras categorias estão buscando o mesmo objetivo”, informa Jacy Afonso. “Se já houvesse a contratação por ramo, por exemplo, os metalúrgicos da Volks no ABC não estariam enfrentando as demissões e ameaças da empresa.”

A CUT, federações e sindicatos de trabalhadores de todas as categorias profissionais se concentrarão no Congresso Nacional de segunda a quarta-feira, quando a Câmara Federal deverá votar a medida provisória que concede reajustes aos servidores públicos federais e as MPs que tratam do reconhecimento jurídico das centrais sindicais e da criação do Conselho Nacional de Relações do Trabalho.