Sindicato, CUT/DF e demais sindicatos de trabalhadores que atuam em bancos realizam ato em defesa da vida

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A semana começou com grande mobilização de bancários e demais trabalhadores em bancos pela preservação da vida. Empunhando faixas nas principais vias de acesso ao Plano Piloto, militantes denunciaram nesta segunda-feira (27) o desrespeito com as vidas dos trabalhadores que atuam em bancos e exigiram respeito ao isolamento social, com a mensagem de que #TodasAsVidasTrabalhadorasImportam.

O Sindicato reafirma sua disposição de continuar na luta pela preservação da saúde dos funcionários, funcionárias, dos trabalhadores em bancos e de todos seus familiares, exigindo as medidas necessárias para proteção da saúde e a vida.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, destacou a importância da atividade, articulada com a CUT/DF, em conjunto com demais sindicatos de trabalhadores que atuam em bancos. “A defesa da vida jamais deverá ser hierarquizada. Todas as vidas trabalhadoras importam. Denunciamos aqui a situação de negligência das empresas terceirizadas em relação à garantia dos protocolos de saúde aos funcionários. Exigimos que as omissões dessas empresas sejam respondidas e cobradas pelos bancos que têm responsabilidade subsidiária. Até porque a renúncia em tratar a questão vulnerabiliza a todos, ainda mais quando se tem situações como as de retorno ao trabalho presencial dos autodeclarados, medida que poder passar a promover aglomeração de pessoas nas agências”, afirmou o presidente.

As atividades tiveram início logo cedo, às 7h30. Vestidos de branco, os trabalhadores deram sequência à mobilização com atos no Edifício BB, na 201 Norte, às 9h30, e em frente ao Matriz I da Caixa, no Setor Bancário Sul, ao meio-dia.

“Enfatizamos a obrigação que têm os bancos de olhar por todos, oferecendo proteção à vida e à saúde, sem distinção de protocolos e procedimentos”, lembra a secretária-geral do Sindicato, Fabiana Uehara, que é empregada da Caixa.

Os atos foram silenciosos, com intervenções dos dirigentes sindicais sem microfone, com faixas e com observância ao distanciamento entre as pessoas. O chão da entrada do BB e da Matriz foram pintados de vermelho em alusão às mortes – que foram simbolizadas por um cruz – que têm sido causadas pelo coronavírus e, ao final, os manifestantes soltaram balões pretos pelo luto de todos os que já foram vitimados pela Covid-19 e também balões brancos em respeito às vidas e pelo reforço às responsabilidades dos empregadores.

Além dos dirigentes do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Fetec-CUT/CN, participaram da mobilização o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues; a presidenta do Sindiserviços, Maria Isabel Caetano dos Reis (a Dona Isabel); e Felipe Araújo Sousa, presidente do Sindibombeiros.

“Todos trabalhadores merecem dignidade e direito à saúde, por isso as representações desses trabalhadores que atuam nesse prédio se somam a este ato no dia de hoje para exigir o direito de todos terem acesso aos cuidados e proteção à saúde”, explica o presidente da CUT/DF, Rodrigo Rodrigues.

A presidenta do Sindserviços, Maria Isabel, ressaltou a invisibilidade do terceirizado dentro dos bancos, lembrando que as pessoas sequer prestam atenção nos trabalhadores de asseio e conservação, apesar de serem eles os mais expostos ao risco de contágio pelo vírus. Para a dirigente, a existência de protocolos diferenciados para o terceirizado e até mesmo a inexistência desses protocolos para todos trabalhadores é inadmissível.

Na mesma linha, o presidente do SindiBombeiros, Felipe Araújo, questionou o fato de que nesse momento onde o mundo deveria estar pensando no amor ao próximo existem pessoas que se fecham em si e desprezam esse sentimento. “Não faz sentido a diferenciação entre a base dos trabalhadores e o alto escalão. Afinal o choro da perda de um ente querido não tem diferença alguma”.

“Os bancos espelham para a sociedade uma ostentação, mas não cuidam corretamente dos trabalhadores que atuam nesse prédio. Nós entendemos que o banco deve ter responsabilidade com todos. Nosso compromisso é com a vida dos trabalhadores, com a taxação das grandes fortunas,” destacou Jacy Afonso, ex-presidente do Sindicato e dirigente da Fetec-CUT/CN.

Também o diretor do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Antonio Abdan destacou a nossa luta é por inclusão de todos. “Não queremos que acabe com home office, não queremos que os protocolos de segurança sejam flexibilizados. Queremos a preservação da vida. E quando falamos de vida, é a vida de todo mundo. É a vida dos empregados da Caixa Econômica, e também dos empregados terceirizados que trabalham no mesmo ambiente”.

O diretor da Fetec Centro Norte Francinaldo Araújo reforça o que disse a representante dos trabalhadores em asseio e conservação ao pontuar que “as vidas trabalhadoras importam independente da forma de contratação e da atribuição que se tem dentro da empresa. Somos todos empregados para a Caixa Econômica, estamos todos a serviço da Caixa e os protocolos têm que ser unificados, porque ao proteger um trabalhador você protege a todos os demais que estão no mesmo ambiente”.

Para a diretora do Sindicato Rafaella Gomes, a demonstração dada pelas representações sindicais de que a classe trabalhadora, apesar de ser dividida em categorias, estar unida. “Não aceitamos que as vidas dos trabalhadores sejam ameaçadas, simplesmente porque somos categorias diferentes. Vamos continuar lutando e buscando do banco a proteção à vida de todos os trabalhadores”.

Da Redação