Sindicato critica postura da Caixa ao anunciar retorno ao trabalho presencial, de forma unilateral

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O Sindicato considera prematura, sem transparência e planejamento a decisão da Caixa, anunciada em live nesta quinta-feira (21), do retorno compulsório dos empregados ao trabalho presencial, mesmo aqueles de grupos de risco, que tenham recebido as duas doses ou a dose única da vacina. O anúncio foi feito sem qualquer debate prévio com a representação dos trabalhadores.

“Além de descumprir o acordo feito com o movimento sindical, no final de setembro, de que prorrogaria o Projeto Remoto até o dia 31 de dezembro, a Caixa demonstra insensatez com esta medida, uma vez que a pandemia não acabou e não temos ainda 70% da população com o ciclo completo de vacinação. Ou seja, o anúncio intempestivo reforça a postura da atual direção da Caixa, de total descaso com os empregados”, enfatiza Fabiana Uehara, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária-geral do Sindicato.

Embora reconheça como positivo o fato de a Caixa convocar só os que estão com a vacinação em dia, Fabiana reitera a importância de observar que há também o problema de espaço físico, uma vez que os prédios foram devolvidos. Ela lembra que a posição da CEE é a defesa de que o retorno tem que ser devidamente planejado, seguindo todas as orientações científicas. “O ideal seria manter o máximo possível as pessoas em isolamento”, avalia.

O Sindicato reforça que o retorno ao trabalho presencial requer estudo, precisa ser muito bem negociado. “Vale destacar que os empregados estão empenhados e realizando grande trabalho para manter o papel social da Caixa, principalmente ao fazer o pagamento do auxílio emergencial. Porém, todos os trabalhadores estão sobrecarregados e, por isso, o banco tem de fazer várias novas contratações”, conclui a coordenadora da CEE/Caixa.

Vacinação completa não é o suficiente para retorno seguro

Apesar do baixo esforço do governo federal para adquirir as vacinas contra o coronavírus, o Brasil ultrapassou a marca de 50% da população totalmente vacinada. A boa notícia, no entanto, não garante segurança para retorno ao trabalho presencial. Cientistas alertam que, mesmo com o número cada vez maior de vacinados, há que se atentar para a taxa de transmissibilidade.

Na última semana, essa taxa alcançou 0,60, o menor índice desde abril de 2020, quando começou a ser medida. Na prática, isso quer dizer que cada 100 pessoas infectadas pelo vírus o transmitem para outras 60. A instabilidade dessa taxa, que em setembro chegou a ser a maior dos três meses anteriores, é o que preocupa epidemiologistas e especialistas da área.

“Ainda não é hora de retornar”

“Diante deste cenário, somado à variante Delta, é impossível garantir segurança à saúde dos trabalhadores bancários. Tendo em vista os riscos a que estão expostos bancárias e bancários, estamos fortalecendo a discussão de aguardar mais para que os trabalhadores saiam do home office e voltem ao trabalho presencial. Ainda não é a hora de retornar”, pontua a secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira.

Empregada da Caixa, Vanessa comenta que “mesmo com a vacinação, há risco de contaminação e agravamento. Os vacinados apresentam menos sintomas ainda e podem transmitir sem ter conhecimento de que estão infectados. Ao transmitir em uma área de grande movimento, como as agências bancárias, fica estabelecida uma ‘loteria’: não se sabe quem pode contrair o vírus e apresentar o estado grave mesmo vacinado”.

Esta semana, a China voltou a decretar lockdown em virtude de um novo surto de coronavírus Xangai, Xi’an e nas províncias de Gansu e Mongólia interior. Segundo reportagem da Revista Fórum, voos foram cancelados, escolas foram fechadas e foi iniciada uma grande campanha de teste com o objetivo de conter o vírus.

Da Redação