Em reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), realizada na terça-feira 18, em São Paulo, os trabalhadores do Santander, representados pela Comissão de Organização dos Empregados (COE), conquistaram avanços importantes.
Licença-maternidade
Já é direito conquistado pelas trabalhadoras o tempo de uma hora para amamentação, podendo ser dividida em dois períodos, durante 270 dias. Agora foi reivindicado que o direito valha também para o pai, caso ambos trabalhem no banco. Também foi reivindicado que o funcionário ou a funcionária possa optar pela hora de amamentação ou por um acréscimo de 15 dias no período de licença-maternidade.
Isso já vale para os funcionários do Santander na Espanha e exigimos agora o mesmo para os brasileiros, diz Rogério Silva, diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec/CN) e funcionário do Santander. O banco vai estudar o assunto.
PLR
Outra reivindicação feita na reunião foi para o pagamento da PLR proporcional para os aposentados em 2007. Segundo o acordo, todos os funcionários desligados têm direito à participação. Entendemos que o aposentado se enquadra nesta definição e que ele contribuiu para o resultado da empresa, portanto tem direito, acrescenta Anilton Silva, diretor da Fetec/CN e funcionário do Santander.
Demissões
Os bancários não aceitam as explicações do Santander a respeito das demissões imotivadas e dirigidas especificamente a trabalhadores próximos à estabilidade pré-aposentadoria ou àqueles cujo tempo de estabilidade pós afastamento por motivos de saúde termina. O banco insiste em que não há orientação para demissões neste sentido e que as que estão ocorrendo são as normais.
Antes de tudo é lamentável o banco usar a expressão demissão normal, pois de normal elas não têm nada. E quando são dirigidas como as que estão ocorrendo é pior ainda, pois atinge um parcela dos trabalhadores que merece ainda mais respeito, diz Rogério. É extremamente cruel e se reflete inclusive nos resultados e na imagem do banco perante a sociedade, completa.
Durante a IV Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no ano passado, o presidente Lula enviou ao Congresso Nacional a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que impede e cria regras para a demissão imotivada do trabalhador. Abrange ainda todos os ramos da atividade econômica e todos os trabalhadores assalariados.
Ponto eletrônico
O banco foi lembrado do acordo fechado com o Sindicato que garante a instalação do ponto eletrônico em todos os locais de trabalho. A direção garantiu que completa o processo até o final do semestre. Esta foi mais uma conquista dos trabalhadores, pois combate a extrapolação da jornada de trabalho, explica Anilton.
Adiantamento
O COE cobrou ainda o banco uma solução para o adiantamento de despesas com viagens e quilômetro rodado. O banco disse que está em processo de avaliação para definir parâmetros e diretrizes capazes de equacionar o problema a fim de que os bancários não paguem do bolso qualquer gasto feito a serviço da empresa.
Sindical
Outro ponto levado à mesa de negociações e aceito pelo banco foi a liberdade de acesso do Sindicato para o diálogo com os funcionários. Foi reafirmado o direito de entrada e permanência nos locais de tra-balho e de realização de reuniões, desde que agendadas com antecedência.