Sindicato cobra do BB medidas urgentes contra a prática de assédio sexual e moral

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O Sindicato se reuniu na quinta-feira (16) com o Banco do Brasil para tratar de uma série de demandas do funcionalismo. A principal pauta tratada foram as denúncias que a entidade vem recebendo dando conta da prática de assédio sexual contra bancárias nas dependências da instituição.

Na reunião, o Sindicato questionou, com base na materialidade das denúncias e em visitas ao local de trabalho de onde elas partiram, se o banco havia deliberadamente – ou até mesmo por influência do governo anterior – mudado sua interpretação e sua postura em relação ao seu compromisso histórico de não tolerar a prática de assédio sexual.

Isso porque o Sindicato observou em algumas situações a flexibilização por parte do banco na aplicação tanto do Código de Ética e Normas de Conduta e do próprio compromisso assumido pela entidade no Acordo Coletivo 2022/2024.

Encaminhamentos

O Sindicato insistiu junto ao banco para a necessidade de estabelecimento de um prazo “curtíssimo” para que a instituição desse retorno em relação aos fatos apresentados, e propôs a revisão dos protocolos de acolhimento e proteção às vítimas.

Para Zezé Furtado, secretária de Mulheres do Sindicato, “a violência aumentou, herança destes tristes anos de incentivo institucional promovido pelo governo anterior. Lutamos por um novo momento, agora temos de construir uma outra realidade no BB. É inadmissível que a mulher permaneça sendo revitimizada quando denuncia que foi assediada. Naturalizar e deliberar em favor da convivência entre o assediador e a assediada é uma enorme falta de sensibilidade que vem causando o adoecimento mental. Precisamos adotar práticas mais contundentes de combate aos assédios”.

Gestão Tarciana Medeiros sinaliza para novo tempo: “não vai tolerar desrespeito, discriminação ou assédio”

A presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, informou que a empresa terá um novo Código de Ética. A previsão é que o documento seja lançado em março, após passar pelas aprovações do Conselho Diretor (CD) e do Conselho de Administração.

Ao anunciar que está sendo desenhado um novo Código de Ética para o banco público, a presidenta do BB afirmou ainda que a sua gestão “não vai tolerar desrespeito, discriminação ou assédio de qualquer natureza” e que haverá a valorização de “diálogo e escuta ativa”.

Demais temas discutidos na reunião

Na reunião, também foram debatidos outros temas, como as denúncias de má utilização e desvirtuamento na gestão de desempenho (GDP), a exemplo do gestor que deu nota 1 para a equipe.

A falta de condições de trabalho também foi pauta. Na agência Santa Maria, a situação estava tão crítica por falta de ar-condicionado – neste calor absurdo que está no DF, com sensação térmica de mais de 30º – que levou o Sindicato a interromper o atendimento.

Participarem da reunião, pelo BB, a ouvidora Sylvia Vieira; o gerente da Dipes/Colet, Élcio B.; o gerente da Dipes/movimentação, Paulo César; e a gerente da Gepes (rede de atendimento e escritórios), Ana Lúcia. Representaram o Sindicato a secretária de Mulheres, Zezé Furtado; o secretário de Política Sindical, Paulo Vinícius; e o presidente, Kleytton Morais.

Da Redação