Sem lucro, CCB causa prejuízos a funcionários, com fechamento de agências e demissões

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O CCB (China Construction Bank) há 10 anos vem fechando o balanço com prejuízo. No último semestre, o lucro líquido da instituição não chegou a R$ 1 milhão. Isso tem causado sérios problemas financeiros para a maioria dos funcionários. Além disso, já foram desativadas diversas agências pelo país e setores da matriz em São Paulo e, consequentemente, inúmeras demissões.

Os representantes dos trabalhadores denunciam que o vício de gestão de privilégios, que havia desde antes da troca do dono do CCB, ainda continua. “Enquanto os funcionários amargam abonos pífios e PPR (Programa de Participação nos Resultados) aviltantes, o grupo de gestores de áreas, diretores e superintendentes, sempre têm ganhos exorbitantes, além de outras recompensas como prêmios, bônus e gratificações variáveis gordas que não correspondem à realidade financeira do banco”, pontua Matuzalém Albuquerque, diretor da Contraf-CUT.

De acordo com o dirigente sindical, o banco fechou o segundo semestre de 2019 com R$ 935 mil líquidos e, por isso, não houve pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados). “Depois de muita cobrança, o CCB resolveu dar um abono aos funcionários. Porém, mais de 90% deles receberam entre zero e R$ 1.500”, pontua Matuzalém, que considera um absurdo os critérios estabelecidos para determinar o valor do benefício a ser pago, uma vez que não reflete a realidade, além de total falta de transparência.

Em dezembro de 2019, o banco distribuiu valores de até R$ 30 mil como bonificação aos superintendentes, gerentes de área e diretoria pelo resultado positivo alcançado. Logo depois fez uma nova distribuição de premiações com direito a festa, jantar e outros atrativos, em São Paulo, para os 30 melhores funcionários indicados.

“Os mesmos da oligarquia do CCB que receberam pelo resultado, também foram indicados para receberem as altas e gordas premiações. Pergunta-se, quem os indicaram? Será que essas indicações não são de colega para colega? Onde e de forma foram discutidas e apresentadas as escolhas desses nomes?”, questiona o diretor da Contraf-CUT.

E complementa: “Têm muitas perguntas sem respostas claras que mais de 90% do funcionalismo não sabem. Porém, a oligarquia antiga continua a nadar de braçadas, enquanto a maioria dos trabalhadores do banco estão sendo sacrificados sem PLR, sem PPR digna e sem perspectiva, segurança e valorização dentro do CCB Brasil”.

Sem negociação

Desde 2018, o CCB não negocia mais com os representantes dos trabalhadores (Contraf, Fetec e sindicatos), quando eles solicitaram todos os dados que mostrassem a intenção de distribuição de pagamento da PPR.

Depois disso, o banco forjou uma eleição interna bipartite entre ele e trabalhador. Porém, os candidatos a defender os funcionários tinham que se inscrever para concorrer em eleição interna. “Isso nunca funcionou porque ninguém da base seria doido de se candidatar. O CCB indicava um auditor para ser o representante fantoche”, observa Matuzalém, acrescentando que “isso se chama jogo sujo dos patrões para esconder e driblar as negociações e representações sérias que realmente defendem o trabalhador”.

Da Redação