Sem avanços, reunião do CRT do Santander frustra trabalhadores

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O Comitê de Relações Trabalhistas do Santander (CRT) se reuniu, nesta terça-feira (29), para discutir os aumentos abusivos nos planos de saúde, a unificação nos cargos e os novos modelos de agência. Definido no acordo coletivo do Santander, o CRT é formado por representantes dos empregados, membros da COE e representantes do banco, que se reúnem a cada dois meses.

Planos de saúde

Desde a última reunião, realizada em 13 de dezembro de 2018, foram apontadas diversas dificuldades que os trabalhadores do banco têm passado por conta dos aumentos exorbitantes em seus planos de saúde. Nesta reunião, o banco apresentou inúmeros argumentos comparativos com os reajustes de outros planos do mercado e afirmou que os ajustes aplicados estão em conformidade com a inflação médica.

“Há vários funcionários deixando de fazer certos exames porque não têm condições de pagar a coparticipação”, conta Rosane Alaby, diretora do Sindicato, que participou da reunião. Segundo a diretora e também funcionaria do banco, mesmo com as conquistas do aumento real dos salários nos últimos anos pelos trabalhadores, o valor do reajuste é alto, o que impossibilita o pagamento dos planos pelos bancários.

Sobre a possibilidade de o Santander discutir outro modelo do plano de saúde, o banco informou que não há a mínima expectativa disso acontecer no momento.

Novo modelo de atendimento

Sobre o novo modelo de atendimento que o banco pretende implementar ainda neste primeiro trimestre, e que atingirá cerca de 13 mil funcionários, será criado um cargo único chamado Gerente de Negócios e Serviços, que englobaria as atuais funções de caixa, agente comercial, coordenador e gerente de pessoa física. Com isso, pretende-se que o mesmo funcionário atenda o cliente do início ao fim.

“O banco alega que o novo modelo não irá impactar o quadro funcional. Isso não procede. A mudança gera acúmulo de funções, não faz distinção entre funcionários que trabalham 6 e 8 horas e abrange bancários com diferentes níveis salariais. Além disso, obriga todos os funcionários a investirem para tirar a certificação Ambima, pois irão trabalhar diretamente com a área financeira do banco”, explica Alaby.

A diretora orienta os bancários a procurarem o Sindicato para denunciar qualquer tipo de pressão a respeito da obrigatoriedade de se tirar o certificado neste momento de transição, pois isso ainda não é necessário. O prazo para se tirar a certificação é de até um ano após a implantação do novo modelo de atendimento.

O banco informou que os funcionários manterão as suas atuais gratificações e/ou comissões e também sua carga horária, isto é, todos terão seu cargo mudado para Gerente de Negócios e Serviços, porém, não mudarão a sua carga horária atual. Mas afirmou que a remuneração variável deverá sofrer alterações, sem dar maiores detalhes.

Agência Work Café

O banco implementou como projeto piloto, em São Paulo (Shopping Center 3) e no Rio de Janeiro (Rua do Ouvidor), agências no estilo “Work Café”, um tipo de agência completamente reformulada onde não há espaços físicos determinados e o cliente é atendido em balcões e mesas. A representação dos trabalhadores visitou essas locais e constatou diversas irregularidades, como espaço pequeno, mobiliário não adequado, funcionários sentados na quina da mesa e sem espaço para utilização de computador.

O banco argumentou que, por ser um projeto piloto, acionará o Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) para as devidas adequações.

Ao final da reunião, representantes dos funcionários reiteraram que aguardam propostas mais positivas por parte do banco para a próxima reunião, prevista para acontecer em 13 de fevereiro.

Da Redação, com informações da Contraf-CUT