Resolução do Conselho de Saúde do DF sobre retomada das atividades se alinha à pauta defendida pela CUT

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O Conselho de Saúde do Distrito Federal aprovou resolução contrária à retomada das atividades no DF, principalmente, no que diz respeito ao retorno das aulas presenciais. A decisão, realizada na última terça-feira (14), se alinha ao argumento defendido pela CUT desde o início da pandemia, de que a flexibilização do isolamento colocará em risco a vida de toda a população da capital federal.

“É fundamental que haja o isolamento social para evitar a propagação em massa do coronavírus. Especialistas de todo o mundo e profissionais de saúde estão alertando sobre os riscos de flexibilizar as medidas de proteção. Essa urgência do GDF em retomar as atividades é reflexo da pressão que ele vem sofrendo pelos empresários, e demonstra claramente que não há preocupação com vidas”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

A resolução do Conselho, que serve como diretriz para as políticas públicas da Secretaria de Saúde do DF, estabelece que a volta das aulas presenciais só ocorra quando a taxa de ocupação dos leitos das UTIs estiver abaixo de 80% e não houver mais crescimento no número de casos e de mortes decorrentes do coronavírus.

“Esperamos que, assim como a resolução foi acolhida no mês de abril, tenhamos por parte do governador do distrito federal o acolhimento a essa deliberação plenária para que consigamos passar pelo pico epidêmico com o máximo de vidas preservadas”, disse a presidenta do Conselho, Jeovânia Rodrigues.

Abertura do comércio

Nesta quarta-feira (15), bares e restaurantes voltaram a funcionar em Brasília. O retorno ocorre em um momento em que o DF registra números absurdos de casos e mortes em decorrência do coronavírus. Dados da Secretaria de Saúde do DF registraram nessa quarta-feira (15) 73.654 infectados e 960 mortes pela doença. Para se ter uma ideia do número absurdo, os contaminados lotariam o estádio Mané Garrincha, que tem capacidade para receber 72.788 pessoas.

Em meados de maio, um decreto do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), permitiu que quase todo o setor do comércios e serviços voltasse a funcionar. De lá pra cá, o chefe do executivo tem se mostrado ainda mais negligente e, pouco a pouco, tem flexibilizado o isolamento social.

Em matéria publicada pela CUT-DF no início de junho, sindicalistas alertaram sobre os riscos aos trabalhadores e população e à necessidade de fiscalização.

“Muitas empresas não estão dando para os trabalhadores e nem para o consumidor álcool gel, máscara, nada. Nos locais em que os clientes são mais exigentes, há os equipamentos. Já nas empresas menores, não há proteção”, denunciou a secretária-geral do Sindicato dos Comerciários do DF (Sindicom), Geralda Godinho.

Volta às aulas

Mesmo com os elevados índices de contaminação do coronavírus no DF, à volta às aulas presenciais está agendada para 31 de agosto. Segundo o cronograma da Secretaria de Educação do DF (SE-DF), que prevê o retorno de forma gradual, até 3 de outubro, toda rede pública de ensino estará nas salas de aula. Na rede privada, as aulas serão retomadas a partir de 27 de julho.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, o momento é de planejamento, pois o controle da pandemia responderá sobre essa volta regressiva.“Quem vai definir o momento do retorno dos nossos profissionais da educação e estudantes, não será calendário, mas sim, as condições do momento, uma vez que estamos em meio à uma pandemia global”, afirma.

Fonte: CUT-DF, com informações do Sinpro-DF | Foto: José Cruz/ Agência Brasil