Relatório da reforma da Previdência deverá ser entregue na próxima semana

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O relator da reforma da Previdência (PEC 6/2019) no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deve entregar a primeira versão do relatório do texto na próxima semana, e não mais nesta sexta-feira (23), como havia sido anunciado. Segundo ele, as audiências públicas realizadas na Casa desde o início desta semana devem ser analisadas.

Segundo a presidente da CCJ no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), mesmo com a entrega do relatório, o texto da reforma da Previdência poderá ser alterado até dia 28 de agosto, quando está marcada a leitura do documento.

Dono da maior fortuna entre os 81 senadores, Jereissati, com mais de R$ 389 milhões em bens declarados à Justiça eleitoral, tem a missão de preservar ao máximo a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro. Em entrevista ao portal Congresso em Foco, o senador declarou que seu desejo é aprovar o “coração” da reforma o “mais rápido possível”.

Perversa, injusta e ineficiente
Enquanto figuras como o senador Tasso Jereissati – milionário que, entre outras posses, é um dos donos das maiores redes de shopping centers do país, o Iguatemi – defendem a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro, o ex–ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto afirma que a PEC é “perversa, injusta e ineficiente”. A afirmação foi feita em audiência pública sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nessa quarta-feira (21).

Rosseto iniciou sua fala afirmando que “governar é fazer escolhas”, e que o governo Bolsonaro escolheu por manter privilegiados e prejudicar ainda mais os que estão em situação de vulnerabilidade social.

“Quando o projeto mexe nas condições de aposentadoria, mexe no povo (…) Hoje o sistema (previdenciário) acolhe 35 milhões de brasileiros. Desses, 30 milhões recebem de alguma forma um benefício previdenciário. Quase 5 milhões recebem BPC; 16% das aposentadorias são provocadas por invalidez; e esse é o público escolhido para o ajuste fiscal. Um público que ganha de R$ 1.015 a pouco mais de R$ 2 mil foi o escolhido para pagar pelo ajuste fiscal”, afirma o ex-ministro apontando dados do próprio Ministério da Economia.

Para o dirigente da CUT Nacional, Eduardo Guterra, que representou a central na audiência dessa quarta, a reforma da Previdência “é uma reforma para proteger o mercado”. Ele ressaltou que o texto não propõe qualquer medida que atinja grandes empresários e corporações, e que foi feira para “arrochar trabalhadores”. “500 empresas devem mais de R$ 116 bilhões à Previdência. Só a embaixada dos EUA deve ao INSS mais de R$ 36 milhões”, denunciou.

A audiência pública sobre a reforma da Previdência foi organizada pela liderança do Partido dos Trabalhadores (PT).

A íntegra dos discursos está disponível aqui.

Fonte: CUT Brasília