Relação Brasil-Cuba é tema de palestra em dia de lançamento de ‘Reescrevendo sentenças: a poesia por trás das grades’, de Jorge Almeida. É sábado

0

O Sindicato recebe no próximo sábado 25 uma programação especial. A partir das 19h, no auditório da entidade recém-reformado (EQS 314/315 – Asa Sul), o novo embaixador da ilha no país, Adolfo Curbelo Castellanos, fala sobre o tema ‘Solidariedade Brasil-Cuba’, em palestra que contará também com o lançamento do livro ‘Reescrevendo sentenças – a poesia por trás das grades’, de autoria de Jorge Almeida, militante histórico da luta pela terra no Brasil.

O embaixador de carreira Adolfo Curbelo Castellanos, 61 anos, nascido em Havana, é o novo encarregado de negócios de Cuba no Brasil. Ele substitui o diplomata Rolando Gómez Gonzáles, que voltou para a ilha. Castellanos é funcionário de carreira do Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Vai pra Cuba!

Durante a programação, os bancários e bancárias que fizeram doação para o projeto do Sindicato ‘Quem tem fome tem pressa’ concorrerão a uma viagem a Cuba, de ida e volta, com direito a acompanhante e estadia de sete dias – tudo de graça.

O evento é aberto ao público em geral, mas para participar é necessário fazer inscrição prévia, por conta da limitação do espaço.

> Cadastre-se aqui e garanta a sua presença

O Sindicato fará a transmissão do evento ao vivo pelas suas redes sociais.

Ressignificando o passado

‘Reescrevendo sentenças – a poesia por trás das grades’ é definido, objetivamente falando, como uma série de respostas político-literárias que Almeida oferece à sociedade após passar quatro anos e meio preso – mas é também o modo como intimamente ele encontrou de se reconciliar com a vida.

A publicação da obra é resultado de um esforço coletivo que, além do Sindicato e da Fenae como parceiros, contou com financiamento coletivo.

Nascido em Recife em 23 de abril de 1967, casado, pai de 16 filhos, Jorge Augusto Xavier de Almeida é agricultor familiar, assentado pelo programa nacional de reforma agrária no projeto de assentamento Vanderly Ribeiro dos Santos, em Buritis (MG), onde chegou em 1994 para coordenar a luta pela terra.

Das memoráveis ocupações realizadas, destaca-se a da fazenda Renascenças – de propriedade à época do então embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flexa de Lima, e da fazenda Córrego da Ponte, de propriedade do presidente – FHC em março de 2002. Nessa ocupação, Jorge é preso e conduzido à carceragem da Polícia Federal, em Brasília, mas é logo liberado.

Num processo de criminalização das lutas sociais, porém, Jorge passou a responder, só na comarca de Buritis, a 60 processos que visavam prendê-lo por atos e ações do movimento de luta pela terra, o que acabou acontecendo em 2014, quando é condenado injustamente em quatro desses processos e é conduzido ao cárcere, cumprindo quatro anos e meio em regime fechado.

Antes do cárcere, Jorge já era um exímio poeta. Durante as excursões na rota “Caminho do Sertão”, declamava para os caminhantes suas poesias campesinas. No cárcere, se apega ainda mais à literatura como forma de sobreviver aos dias difíceis que iria enfrentar.

Da Redação