Reforma da Previdência: confira aqui as alterações do relatório do Senado em relação à proposta aprovada na Câmara

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 “O relatório ficou muito distante do que se poderia imaginar”. Essa é a avaliação do senador Paulo Paim (PT-RS) sobre o texto da reforma da Previdência apresentado nesta terça-feira (27) pelo relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que contém diversas mudanças em relação à proposta aprovada na Câmara dos Deputados.  

Com as alterações, o Senado quer aprovar uma reforma da Previdência que mantém a redução no pagamento de aposentadorias e pensões, mas cria novos impostos. Tasso apresentou novas fontes de arrecadação e sugeriu a inclusão dos estados e municípios na reforma, por meio de uma PEC paralela, que, caso aprovada, proporcionará o desinvestimento em seguridade de R$ 1,350 trilhão, montante maior do que os R$ 930 bilhões previstos no texto da Câmara, e maior do que o R$ 1 trilhão que o governo federal pretendia inicialmente.

São 4 as supressões propostas no relatório do senador Tasso Jereissati:

1) a do dispositivo que constitucionalizava a linha de pobreza do BPC, mediante aprovação da Emenda 52, da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Esta alteração é relevante;

2) a do dispositivo que elevava a regra de pontos para aposentadoria especial dos expostos a agentes nocivos, como os mineiros, mediante aprovação da Emenda 82, do senador Jaques Wagner (PT-BA);

3) da expressão “no âmbito da União” do § 1º-B do artigo 149 da Constituição Federal introduzido pelo artigo 1º da PEC 6, de 2019, assegurando as autonomias de estados, DF e municípios previstas em outros dispositivos da PEC quanto à instituição de contribuição extraordinária em caso de déficit atuarial; e

4) a da revogação do § 18 do artigo 40 da Constituição Federal, constante da alínea a do inciso I do artigo 35 da PEC 6, de 2019, supressão de caráter mais burocrático que prestigia a boa técnica legislativa, destinada a garantir segurança jurídica para o financiamento dos regimes próprios.

Se houver acordo entre os líderes, a leitura do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deverá ocorrer na quarta-feira (28), ou no mais tardar, 48 horas depois, na sexta-feira (30). Davi Alcolumbre também garantiu para o dia 10 de setembro a sessão temática, no plenário do Senado, para discutir com especialistas as minúcias da PEC 6/19.

Entre outros pontos, a reforma da Previdência aprovada na Câmara prevê:

• idade mínima de aposentadoria: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres;
• tempo mínimo de contribuição para trabalhadores do setor privado: 15 anos para mulheres e 20 anos para homens (15 anos para homens já no mercado de trabalho);
• tempo mínimo de contribuição para o funcionalismo público: 25 anos para homens e mulheres;
• idade mínima de aposentadoria para trabalhadores da área rural: 55 anos para mulheres e 60 anos para homens;
• idade mínima de aposentadoria para professores: 57 anos para mulheres e 60 anos para homens;
• policiais federais, legislativos, civis do DF e agentes penitenciários: idade mínima de 55 anos para homens e mulheres poderem se aposentar; e
• regras de transição para quem já está no mercado de trabalho.

Da Redação com Diap e RBA