Prisão de Tarcísio Franklin é mais um exemplo da irresponsabilidade do GDF para com o BRB

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Os dois últimos presidentes do BRB foram presos em menos de um mês de diferença. Roberto Figueiredo foi detido em maio pela

Polícia Federal acusado de pertencer a uma quadrilha que fraudava obras públicas. Tarcísio Franklin de Moura foi preso nesta quinta-feira 14 pela Polícia Civil do DF.

Os dois últimos presidentes do BRB — um nomeado pelo ex-governador Joaquim Roriz e outro pelo atual governador — foram presos em menos de um mês de diferença. Roberto Figueiredo foi detido em maio pela Polícia Federal acusado de pertencer a uma quadrilha que fraudava obras públicas. Tarcísio Franklin de Moura foi preso nesta quinta-feira 14 pela Polícia Civil do DF, junto com o ex-diretor de Recursos Administrativos e Tecnológicos Alves Moreira, sob acusação de lavagem de dinheiro. Não há demonstração mais contundente da irresponsabilidade como o GDF trata o BRB — tanto na gestão Roriz quanto na de José Roberto Arruda.

Há anos o Sindicato vem denunciando as irregularidades administrativas no banco e exigindo do governo seriedade na nomeação dos dirigentes do BRB, visando preservar a saúde financeira e a imagem do banco, empresa que pertence ao povo do Distrito Federal e é imprescindível para o desenvolvimento econômico e social da região.

Durante a gestão de Tarcísio Franklin de Moura, no governo Roriz, o Sindicato fez várias denúncias, inclusive ao Ministério Público, sobre os desvios de conduta da direção do banco. A mais visível delas foi o contrato de mais de R$ 100 milhões para a compra de equipamentos de informática com a Asbace (Associação Nacional de Bancos), na época presidida pelo próprio Tarcísio, posteriormente substituído em virtude de ação civil pública. Foi ainda detido na mesma operação o atual presidente da Asbace, Juarez Lopes Cançado.

Acusados continuam na direção

Com a troca de governo, em janeiro, o Sindicato voltou a insistir na necessidade de serem nomeados para a direção do BRB executivos com comprovada probidade e sob os quais não pairassem nenhuma suspeita de falcatrua. O Sindicato agiu com mais ênfase para impedir a posse dos diretores Valdery Frota de Albuquerque e Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto, envolvidos em processos na Justiça Federal, Tribunal de Contas da União e, inclusive, na CPI dos Bingos, realizada no Senado Federal. Contra eles pesam inúmeras denúncias de improbidade administrativa e gestão temerária quando integraram as direções da Caixa Econômica Federal e da Nossa Caixa, banco estadual paulista.

Mas Arruda manteve as nomeações. Resultado: o presidente indicado Roberto Figueiredo foi preso pela PF. E os outros diretores suspeitos permanecem em seus cargos.

“Essa irresponsabilidade do GDF é inaceitável pela população de Brasília e pelos funcionários do BRB”, denuncia João Batista Machado, diretor do Sindicato. “Por isso reiteramos a exigência de que todos os administradores do banco suspeitos de improbidade sejam definitivamente afastados, para preservar o futuro e a imagem do BRB.”

A prisão de Tarcísio

Tarcísio Franklin de Moura foi preso pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira 14 de junho, junto com o  ex-diretor de Recursos Administrativos e Tecnológicos do BRB, Alves Moreira.

A pedido do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF), a polícia civil deflagrou a Operação Aquarela com o objetivo de combater o crime de lavagem de dinheiro. Cinco andares do prédio do BRB, no Setor Bancário Sul, foram vistoriados por policiais civis, que também fizeram varredura no Centro Empresarial Norte e em residências de pessoas acusadas pelo mesmo crie. Ao todo, sete pessoas foram presas na capital federal.

A 1ª Vara Criminal expediu 40 mandados de busca e 20 de prisão temporária. Os acusados são investigados por fraude em licitações públicas, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Estão envolvidas instituições financeiras, empresas de grande e pequeno porte e entidades do terceiro setor. Um dos presos da operação é o fundador da ONG Instituto Caminhar, André Luiz Silva, que, segundo informações de um dos envolvidos no esquema, simulava projetos assistenciais para receber recursos do governo.

Todos os documentos apreendidos e pessoas presas na Operação Aquarela foram levados para a Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DECO), no SIA. Além do DF, a operação foi deflagrada em Goiás, Paraná e São Paulo.

Relação dos presos no DF:

Tarcício Franklin de Moura (ex-presidente do BRB)
Juarez Lopes Cançado (presidente da Asbace)
Ari Alves Moreira
Rildo Ramalho Pinto
Durais Vogado Barreto
André Luis de Souza Silva
Sheila Kelly de Freitas Baltazar da Penha;
Fabrício Ribeiro dos Santos;
Nilson Lacerda Wanderlei
Rose Mary Saraiva Leal
Jeovana Drazdaukas
Georges Kammoun (doleiro)
Noelma Ribeiro Xavier
Marta Bertolli de Santana
Marcos William Porfírio