Os representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e dos sindicatos reuniram-se no dia 6 de março com a direção do Itaú para apresentar as prioridades a ser discutidas em negociações específicas.
Os bancários apresentaram ao banco a minuta de reivindicações construída no Seminário de Planejamento da COE do Itaú, realizado no final de fevereiro. A partir desta primeira negociação será estabelecido calendário de negociações para cada um dos pontos.
Entre estes está a criação de um plano de previdência complementar de qualidade para todos os funcionários, que siga as melhores práticas existentes no país. Empresa com o tamanho e o nível de lucro do Itaú deve ter um plano de previdência complementar decente, que, além de proporcionar segurança para seus funcionários na aposentadoria, sirva como mecanismo de financiamento e desenvolvimento ao país, afirma Edmilson Lacerda, secretário de Administração do Sindicato e funcionário do Itaú.
Remuneração
Toda a remuneração do funcionário, também, deve ser contratada com os sindicatos e a Contraf e ter reflexo em sua vida futura, sem os artifícios que são usados hoje para que parte não seja considerada, por exemplo, para o cálculo do FGTS, das férias, da aposentadoria.
Saúde e condições de trabalho
Faz parte, ainda, das reivindicações, o fim da metas abusivas e a melhora das condições de trabalho. E provas do que vem acontecendo não faltam, como a elevação do risco dos bancos feita pelo Ministério da Previdência. Trabalhar, na maioria dessas empresas, passou de risco leve para grave. A gestão de pessoal da forma que é feita hoje leva ao adoecimento físico e mental, como o próprio INSS confirma. Temos de acabar com essa situação que se repete cada vez mais, de trabalhadores batendo à porta dos sindicatos porque não agüentam mais tanta pressão, o que gera até extremos como o suicídio, diz Roberto Alves, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.
Ramo Financeiro
O quarto tema apresentado para as negociações foi a necessidade de o Itaú contratar de maneira correta todos os funcionários para que acabe com distorções como as terceirizações irregulares ou os funcionários da Taií, que trabalham com concessão de crédito, atividade-fim da financeira, mas são contratados, em sua maior parte, como comerciários. Esse é um tema estratégico para o Sindicato, porque é necessário garantir os direitos de todos os trabalhadores do sistema financeiro nacional, como bancários, financiários, securitários, entre outros. Para acabar com as irregularidades que existem hoje, em que os bancos atuam de maneira até ilegal para diminuir direitos de seus funcionários. É necessário o engajamento de todos os sindicatos e de todos os trabalhadores nessas discussões, conclui Louraci Morais, diretora do Sindicato e funcionária do Itaú.