Poupex descomissiona empregados com mais de dez anos de função

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Na esteira da contrarreforma trabalhista produzida pelo governo Temer, após o golpe que derrubou a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff, os trabalhadores do país vêm sofrendo perdas significativas. Agora recentemente, apoiada nesta reforma, a Poupex descomissionou empregados que já tinham mais de 10 anos de função, algo que era proibido até a nova lei trabalhista derivada da malfadada contrarreforma.

Anteriormente, os empregados que exercessem função comissionada por 10 anos eram protegidos por decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a Súmula 372, que assegura a manutenção da remuneração em caso de perda da função por decisão da empresa. Agora, com base na nova lei, que acrescentou o parágrafo segundo ao artigo 468 da CLT, isso não mais ocorre, e, infelizmente, a Poupex tem adotado esse procedimento, causando um mal irreparável aos bancários que já haviam estabelecido toda uma vida contando com a remuneração que receberam por tantos anos. De repente, por uma injusta decisão, esses empregados se veem em condições de muita dificuldade, sendo obrigados a se reorganizarem a partir de uma nova realidade, por vezes já mais maduros, o que dificulta até a busca de uma nova inserção no mercado de trabalho.

Esse tipo de medida, além de representar um desrespeito aos trabalhadores, gera um ambiente de medo e insegurança entre eles. O Sindicato dos Bancários repudia esses descomissionamento e exorta a direção da Poupex para que não efetue mais esse procedimento e reveja as decisões já tomadas, restabelecendo a função aos que a perderam. “A função comissionada é uma prerrogativa da empresa, que pode concedê-la e retirá-la quando julgar conveniente. Porém, é descabido que sejam precisos passarem dez anos ou mais para a empresa fazer uma avaliação se o empregado corresponde ou não ao que dele se espera. Esses descomissionamentos parecem mais atitudes de perseguição contra empregados que não se submetem aos caprichos de alguns chefes”, comenta Raimundo Dantas, diretor do Sindicato.

Da Redação