Por que o governador Ibaneis quer vender ações do BRB?

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As recentes decisões da gestão do Banco de Brasília (BRB) seguem uma tendência preocupante que começou com os governos de Rollemberg e Ibaneis 1. Na esteira do aprofundamento do neoliberalismo adotado no Brasil após o golpe parlamentar que derrubou o governo Dilma em 2016, esses governos vêm paulatinamente entregando pedaços do BRB ao mercado.

Se em 2015 o GDF detinha 97% do capital do banco e agora detém aproximadamente 70%, qual será a participação do Governo do Distrito Federal (GDF) se a medida anunciada for concretizada? E quais serão os impactos?

Desde 22/12/2017, quando o Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev) se tornou dono de 16,47% das ações do Banco de Brasília (BRB) por uma manobra, o GDF vem adotando uma série de medidas que, para o observador mais atento, parecem mais uma dilapidação do patrimônio do que uma estratégia de crescimento sustentável.

Em momentos anteriores, o banco ensaiou a venda de ações, mas sempre à espera do momento adequado. Agora, em um comunicado ao mercado divulgado em 14 de maio de 2024, o BRB anuncia uma nova tentativa de venda de ações. Mas será que este é realmente o momento adequado?

Considerando a quantidade de ações emitidas e a diluição possível, se nenhum acionista atual exercer seu direito de preferência, a diluição será de no máximo 5,88%. Se considerarmos todas as ações, estaríamos falando de algo em torno de 25% das ações. Como o banco espera captar 1 bilhão com essas condições? Será que o banco conseguirá captar todo esse valor anunciado? Por outro lado, por que a direção do banco estabelece uma subscrição mínima aceitável de 50 milhões? É real essa perspectiva?

Seria importante ouvir a manifestação dos principais acionistas do BRB, principalmente no que tange à perspectiva de valores que a administração do banco espera alcançar. Além disso, seria crucial que o BRB implementasse medidas realistas para melhorar a situação do banco frente aos desafios que a economia tem imposto.

A venda de ações pode ser uma estratégia válida em determinadas circunstâncias, mas é preciso ter cuidado para não dilapidar o patrimônio do banco e comprometer sua capacidade de atuação como agente de desenvolvimento. O futuro do BRB depende das decisões tomadas agora. Esperamos que sejam as corretas.

Da Redação