Após duas rodadas específicas sobre o assunto, realizadas nos dias 17 e 24 de agosto, permanecem no impasse as negociações entre a Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil para solucionar o déficit da Cassi.
Na verdade, já duram três anos as tentativas de negociação sobre o desequilíbrio das contas da Cassi, por conta do déficit do Plano de Associados, que acumula saldos negativos desde 1999. As principais causas do déficit são a política de achatamento salarial do governo FHC, a contribuição de apenas 3% sobre o salário dos funcionários que entraram no banco a partir de 1998 (descumprindo o compromisso de contribuir com 4,5%, como o BB faz em relação aos antigos) e os déficits com os dependentes indiretos.
Veja no quadro os resultados da Cassi desde os exercícios de 1996 e como eles seriam se o BB seguisse os acordos da Fenaban entre 1996 e 2002 e cumprido a obrigação de contribuir com 4,5% sobre o salário dos novos funcionários.
O acordo da campanha salarial do ano passado incluiu uma cláusula em que a direção do BB assume o compromisso de apresentar uma proposta que solucionasse globalmente os problemas financeiros da Cassi.
Com cinco meses de atraso, o BB apresentou uma proposta no final de maio, que os sindicatos consideraram insuficiente. A Comissão de Empresa apresentou uma contraproposta no início de agosto último, com base nas resoluções do Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado no final de julho em São Paulo, e com subsídios oferecidos por estudos elaborados pelos representantes eleitos na direção da Cassi.
Na segunda rodada de negociação com a Comissão de Empresa, dia 24 de agosto, a direção do banco aceitou aumentar de R$ 120 milhões para R$ 200 milhões o aporte que faria à Cassi por conta de seu passivo, mas condicionou avançar nas negociações à aceitação da proposta de co-participação dos associados em exames de rotina. Veja no quadro o que o BB, a Comissão de Empresa e os dirigentes eleitos da Cassi propõem.
O que o BB deixou de repassar à Cassi (R$ milhões)
Ano |
Resultado do Plano de Associados no exercício |
Quanto seria o resultado com os índices da Fenaban e os 4,5% para os novos |
1996 |
11,3 |
14,8 |
1997 |
(5,0) |
11,7 |
1998 |
52,9 |
77,0 |
1999 |
3,5 |
32,9 |
2000 |
(0,2) |
46,0 |
2001 |
(1,5) |
60,1 |
2002 |
(20,8) |
52,4 |
2003 |
9,0 |
98,8 |
2004 |
(17,5) |
88,1 |
2005 |
(53,0) |
41,0 |
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