Por medidas contra a covid-19 nos bancos, Sindicato faz protesto em frente ao Banco Central e entrega ofício à instituição

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Exigir responsabilidade do Banco Central na adoção de medidas eficazes de combate e contenção à covid-19 nos bancos. Foi com esse objetivo que o Sindicato realizou nesta sexta-feira (5) protesto em frente ao edifício sede do Banco Central.

A atividade foi marcada pela entrega de ofício endereçado ao presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto, e ao diretor de Organização do Sistema Financeiro, João Manoel de Mello.

No documento, a diretoria do Sindicato cobrou da instituição medidas emergenciais para evitar a disseminação da covid-19 nos bancos. De acordo com o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, os bancos são locais propícios para contaminação e agravamento da pandemia. Por isso, o objetivo é exigir que o Banco Central cumpra com responsabilidade seu papel fiscalizador para evitar o contágio nas instituições financeiras.

O documento entregue cita que, somente nos dois primeiros meses de 2021, o número de óbitos ocorridos na Caixa Econômica Federal já superou o total registrado em 2020.

“No atual cenário de calamidade pública que o país enfrenta com a pandemia de coronavírus, precisamos cobrar medidas de contenção mais rígidas que protejam a vida da população, dos bancários, dos clientes e de todos os trabalhadores e trabalhadoras em instituições financeiras”, ponderou o presidente do Sindicato.

Entre as medidas cobradas no ofício estão redução do horário de atendimento ao público, reorientação do atendimento bancário presencial exclusivamente por agendamento e hora marcada, a restrição da quantidade de clientes na agência limitada às situações em atendimento, a regulamentação de acesso às salas de autoatendimento, bem como dispor de painéis de acrílico em todas as situações de atendimento.

“Apesar de cobrarmos medidas mais enérgicas no atendimento, nós não defendemos o fechamento total dos bancos porque entendemos que a população necessita dos serviços. Porém, exigimos sim medidas mais rigorosas, mais restrições e controle no acesso às agências bancárias para proteger a vida da população e dos bancários, e isso é papel do Banco Central, realizar essa regulamentação”, ressaltou o diretor da Fetec-CUT/CN José Wilson.

Ato simbólico

Além de cobrar responsabilidade do BC naquilo que lhe compete frente à pandemia, o protesto realizado pelo Sindicato também contou com um ato performático, no qual dois artistas interpretaram a Virgem Maria e Jesus Cristo.

Os atores, ambos negros, representaram a grande maioria da população brasileira, sendo que o sofrimento e o pranto de Maria sobre o corpo ferido de Jesus Cristo expressaram simbolicamente as consequências das medidas de retrocesso que impactam negativamente a sociedade.

“Nosso ato dialogou com a arte para reforçar quão graves são para a sociedade brasileira as medidas de retrocessos tomadas pelo poder público. Com essa performance, buscamos também chamar a atenção para os problemas estruturais da sociedade brasileira”, explicou Kleytton.

Ao término da atividade, o Sindicato reforçou a importância da luta em defesa dos bancos públicos e fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da covid-19.


Leidiane Souza
Colaboração para o Seeb Brasília