Por “economia de palitos”, PDVI do BRB traz insatisfação e injustiça

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O Plano de Desligamento Voluntário e Indenizado (PDVI) aprovado pelo BRB na segunda 12, comunicado na terça 13, com um exíguo prazo de adesão de dois dias, 15 e 16 (a rigor, 34 horas!), traz também parâmetros insatisfatórios.

Por princípio, a entidade sindical é contrária a reivindicar PDVs, pois se trata de diminuição do emprego e de acúmulo profissional da categoria, sem contar que não é raro o trabalhador passar por dificuldades posteriores a uma escolha de ocasião. Por isso, é um momento de muita atenção.

No entanto, uma vez ofertado pela empresa, a decisão é pessoal, e o Sindicato zela para que seja realmente voluntária e que todos os direitos sejam respeitados.

O Sindicato considera insuficiente a indenização de apenas dez salários-base, para um público que tem tanto tempo de dedicação à empresa. Da mesma forma, o acréscimo de R$ 1.000,00 por ano, limitado a 10 anos, não faz jus a um completo reconhecimento.

Há grandes perdas. Por exemplo, perde-se o reajuste previsto no Acordo Coletivo de INPC mais 0,5% de aumento real, hoje projetado em torno de 9% mais 0,5% de aumento real (conforme Acordo Coletivo), a ser aplicado a partir de 1º de setembro, relativo aos 12 meses anteriores. Por um mês, todo o reajuste anual fica prejudicado, com o correspondente reflexo negativo, desprezando a remuneração do trabalho já realizado (11 meses).

Além disso, se a rescisão fosse em setembro, quem aderisse teria seu teto de salário de contribuição na Regius aumentado pelo IPCA (com projeção para mais de 9%) dos 12 meses anteriores. Com o desligamento em julho, todos que aderirem e se enquadrarem ficarão limitados ao teto não corrigido, carregando a perda desse aumento para o resto da vida. Isto é uma insensibilidade que, por um mês, beira a frieza.

Ademais, não está prevista a aplicação dos valores correspondentes aos interstícios anuais previstos no regulamento da Regius, que representa uma diminuição de até 8% no benefício complementar para os que aniversariam de agosto a dezembro. É um reflexo irremediável também para toda a vida.

Há que ressaltar que, considerado o universo de 100 elegíveis, estamos falando de impactos irrisórios para o banco, uma verdadeira ‘economia de palitos’, mas prejuízo vitalício para os que optarem.

Dessa forma, diz Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato, “buscaremos dialogar com o banco, mas desde já fazemos um apelo a toda a diretoria (da qual três funcionários de carreira estão no Conselho Deliberativo da Regius) e ao presidente Paulo Henrique da Costa para que se sensibilizem e se disponham a modificar essas condições”. Afinal há que ser para valer, como diz a própria apresentação do plano, a intenção de “Valorizar os empregados que desejam vivenciar uma nova etapa de suas vidas, com uma transição segura aos que queiram assumir novos desafios, após anos de dedicação às atividades do BRB, auxiliando na construção de uma instituição sólida e reconhecida”.

A urgência é a de alargar o prazo e buscar que sejam contemplados esses aspectos.

Paralelamente, com a saída dos colegas pelo PDVI, o Sindicato mantém firme a determinação de buscar aumentar ainda mais a contratação de novos colegas, como tem sido conquistada com muito esforço coletivo e negociação com o banco.

Da Redação