O segundo painel, sobre O papel dos bancos públicos no novo projeto de desenvolvimento para o Brasil", foi exposto por José Carlos Alonso, presidente da Fenae.
Segundo Alonso, o que chama a atenção no processo de privatização é que FHC e aliados nunca levavam em conta o interesse do cidadão, mas o do consumidor e que, no caso dos bancos públicos, o argumento [para a venda] era porque o dinheiro seria para abater a dívida pública, o que não aconteceu.
O presidente da Fenae voltou a lembrar os ajustes e ataques sofridos pelo Banco do Brasil e pela Caixa com vistas à privatização como demissões, pressão interna e transferências de bancários, o que levou vários funcionários do BB ao suicídio. Citou ainda os casos da privatização do processo administrativo e de inteligência das loterias da Caixa, cujo comando passou, sem licitação, para a Gtech, e da área de seguros do banco, que foi vendida para uma empresa estatal francesa.
Ele destacou ainda que os objetivos da privatização não foram atingidos, já que 85% do crédito é concedido pelos dez maiores bancos, o que inviabiliza o leque de opções para quem busca a concessão do benefício, e que apenas um terço do PIB no Brasil é destinado a essa concessão, enquanto em outros países essa fatia pode ultrapassar a soma das riquezas produzidas.