O Brasil será reconstruído pela classe trabalhadora

Em em reunião ampliada, sindicalistas da CUT-DF debateram os desafios do movimento sindical e a reorganização da Central no próximo período

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Um novo cenário. É isso o que se desenha a partir de janeiro de 2023. Estamos diante de um país que passou por um intenso processo de destruição, que incluiu a retirada de direitos trabalhistas e sociais, a ascensão de ideias fascistas e a institucionalização das mentiras. Por isso, o movimento sindical CUTista do DF debateu, na manhã deste sábado (12), as estratégias de reconstrução do país, uma vez que o povo brasileiro elegeu novamente o projeto democrático e popular representado pelo presidente Lula.  

Na reunião, que aconteceu no auditório da CUT-DF, representantes de diversas categorias expuseram as preocupações, anseios e esperanças da classe trabalhadora. A diretora-executiva da CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Rosilene Corrêa, destacou o ineditismo histórico desse momento.  

“Não sabemos o que vai acontecer daqui a um mês ou dois. Discutir conjuntura nunca foi tão complicado, porque enquanto a gente conversa as coisas vão mudando, com muita velocidade. Nunca vivemos um momento parecido com esse antes”, afirmou.    

 “Precisamos mais do que nunca atuar na política. A guerra continua, vencemos apenas uma batalha, só venceremos quando tivermos uma classe trabalhadora que se enxerga e entende que vivemos uma disputa classista. O Brasil será reconstruído pela classe trabalhadora que somos nós”, afirmou Rosilene, que foi candidata ao Senado pelo DF e recebeu mais de 300 mil votos.  

Carmem Foro, secretária-geral nacional da CUT, relembrou as duras batalhas enfrentadas pelo movimento sindical desde o golpe contra a presidenta Dilma. “Nossa capacidade de resistência nos trouxe até aqui”, afirmou a líder.  

A partir de agora, avalia Carmem, será necessário reorganizar a Central Única dos Trabalhadores, aumentando a abrangência da Organização para além da representação dos sindicatos e sindicalizados. “É óbvio que a CUT também não é a mesma, é preciso ir para além da fronteira dos nossos muros, ou a fome não tem nada a ver com a classe trabalhadora? Ou, quando falta merenda na escola, isso não atinge diretamente os filhos da classe trabalhadora?”, refletiu.   

Foco na luta do DF  

Para Jacy Afonso, presidente do PT-DF e da Federação Brasil da Esperança, não podemos esquecer quem é o governador reeleito no DF e as ameaças que o mesmo representa. “Precisamos pensar o cotidiano, fazer a formação política no DF, criar instrumentos que sejam interessantes e que reúnam vários partidos e organizações”, afirmou.  

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, também avaliou o resultado das eleições no DF. Embora tenha destacado as vitórias do campo progressista, Rodrigo também citou as dificuldades que teremos, sobretudo pela reeleição de Ibaneis Rocha, cuja gestão é muito desfavorável para a classe trabalhadora.  

“Não é porque vencemos as eleições com Lula que resolvemos todos os problemas. A partir do ano que vem precisamos construir uma nova agenda sindical com uma nova realidade. Temos um país a ser reconstruído com muitas mudanças que Bolsonaro fez ao longo dos últimos quatro anos, teremos que pensar a medida adequada entre a cobrança das nossas pautas e a defesa de um governo que ajudamos a eleger”, afirmou Rodrigues.  

O Congresso Estadual e o Congresso Nacional da CUT foram apontados como um momento muito importante para a construção dessas pautas e a organização da classe trabalhadora no próximo período. A Direção Nacional da CUT se reunirá no próximo mês para elaborar as orientações para as CUTs estaduais construírem essa atividade.  

Fonte: CUT Brasil