Números alarmantes de ataques a caixas eletrônicos preocupam Sindicato

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O número de ataques de bandidos a agências bancárias do Distrito Federal nos cinco primeiros meses deste ano já superou a marca registrada em 2014, de 12 arrombamentos e explosões de caixas eletrônicos. De 1º de janeiro a 1º de junho, houve nove tentativas frustradas de furto e sete consumadas, totalizando 18 máquinas destruídas em 16 ações criminosas.

Esses números preocupam o Sindicato que, além de mais investimento em segurança, com a instalação de portas giratórias e contratação de mais vigilantes, por exemplo, cobra dos bancos o cumprimento da Lei 5.086/2013, também conhecida como Lei dos Biombos. A lei obriga a instalação de cabines de proteção visual nas agências e nos postos de autoatendimento bancário no DF.

O Sindicato também tem envidado esforços junto à Polícia Federal, através do Coletivo de Segurança Bancária, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), para coibir essas ações criminosas.

“Na reunião do mês passado, falamos sobre a necessidade de manutenção dos vigilantes nas agências de negócios. E também exigimos que as agências bancárias localizadas em shoppings que não fazem o abastecimento de caixas no seu interior, que o façam, de modo a evitar que o bancário fique vulnerável na hora da reposição do dinheiro”, informa Raimundo Dantas, diretor e representante do Sindicato no Coletivo de Segurança.

Segundo Raimundo, ficou decidido também que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fará um levantamento de todos os caixas eletrônicos existentes no país, a ser enviado à Polícia Federal, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Outra preocupação manifestada pelos dirigentes sindicais durante a reunião refere-se aos carros fortes que, antes, ao fazer o transporte de valores,  descarregavam apenas no Banco Central. No entanto, hoje, ao atender várias agências, o transporte com grande numerário é descarregado nas empresas de vigilância, o que facilita o assalto.

Com relação a isso, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) vai providenciar um levantamento de todos os assaltos a agências bancárias e confrontá-lo com a Febraban.

Falta de fiscalização

Até 2010, os furtos em caixas eletrônicos de agências bancárias eram esporádicos, ao contrário do que ocorre agora. O Sindicato continuará cobrando uma atuação mais rígida por parte das autoridades competentes, e também dos bancos, para que invistam na segurança dos bancários, clientes e população em geral.

A mais recente explosão de caixas eletrônicos ocorreu no dia 1º deste mês, na agência do Banco do Brasil na 201 Norte, quando três bandidos quebraram uma das portas de vidro da unidade e colocaram explosivos nos terminais, detonando os equipamentos. Eles não conseguiram levar dinheiro.

A Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) afirma que ações estão sendo tomadas em conjunto com a Polícia Civil para mapear e tentar desarticular os grupos especializados em arrombamentos de caixas eletrônicos, trabalhando inclusive em colaboração com as polícias de outros estados. E garante que, juntamente com representantes de outras unidades da federação,  está trabalhando na construção de uma política mais efetiva de controle para a venda de explosivos. Desde 2013, foram presas 32 pessoas acusadas de roubos ou furtos de caixas eletrônicos no DF.

Estatísticas

Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados de 2014, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander) lucraram R$ 60,3 bilhões e aplicaram R$ 3,7 bilhões em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 6,1% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança.
Em 2014, segundo levantamento da Contraf/CUT e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os ataques a bancos subiram 7%, totalizando 3.150 ocorrências em todo o país, uma média assustadora de 8,63 por dia.
Desse total, 2.373 foram arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos (muitos com uso de explosivos). Os assaltos, por outro lado, consumados ou não, somaram 777.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília