Nova proposta do Saúde Caixa preserva característica do plano

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A Caixa apresentou na noite desta sexta-feira (28), após diversos dias de negociações, que se estenderam pela madrugada, uma nova proposta para a manutenção do plano de saúde. O trabalho de construção da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) com a direção do banco permitiu nesta proposta, que é a nona, a manutenção do modelo 70/30, do pacto intergeracional, do mutualismo e da solidariedade do plano. Outra reivindicação da Comissão acatada pela Caixa foi a inclusão de todos os novos empregados no plano. A decisão da CEE é de defender a proposta nas assembleias de avaliação.

Segundo a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara, que é secretária-geral do Sindicato, o foco da Comissão foi o de garantir as premissas atuais e manter o plano viável para todos. “O plano de saúde é essencial para o empregado e nesse momento em que estamos, de pandemia, mais ainda. O Saúde Caixa deve ser viável para todos os empregados, desde aqueles que ganham menos até os aposentados”, afirmou.

A nona proposta para o Saúde Caixa conta com uma contribuição do titular de 3,5% do salário e 0,4% por dependente, com teto de 4,3%. A coparticipação passa a ser 30% de cada dependente e o teto por grupo familiar de R$ 3.600. Além disso, não há mais a coparticipação para internação e tratamento oncológico e o atendimento em pronto socorro, com coparticipação de R$ 75.

“A manutenção do teto para o grupo familiar foi muito importante. É uma construção fundamental para manter o nosso plano de saúde para todos os empregados. Foi um grande avanço considerando que a Caixa queria individualizar isso”, avaliou a representante Fetrafi/MG na CEE, Eliana Brasil.

O modelo inclui ainda a valorização do Grupo de Trabalho (GT) do plano, responsável por definir soluções para a sua sustentabilidade, com participação dos empregados. Em 2022, será implementado o que for definido em consenso entre os empregados e a Caixa.

De acordo com o médico consultor da CEE/Caixa e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Albucacis de Castro Pereira, a negociação foi difícil, mas a CEE/Caixa conseguiu manter o plano diante da dificuldade por que passa o Brasil e o mundo em relação aos custos de saúde que não acompanham o aumento do salário do trabalhador. “Apesar da dificuldade, manteve-se a característica do plano de mutualidade, solidariedade, pacto intergeracional e o 70/30. Foi uma vitória da Comissão, que conseguiu o Saúde Caixa para todos os empregados”, avaliou.

O médico consultor ainda salientou a importância da oxigenação do plano, com a entrada dos novos empregados.

PLR e PLR Social

A Comissão dos Empregados voltou a cobrar a Caixa as propostas das outras reivindicações dos trabalhadores para as quais o banco ainda não apresentou retorno aos empregados. Além do Saúde Caixa, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a PLR Social entraram na pauta da negociação desta sexta-feira (28).

A Caixa acatou a reivindicação da CEE/Caixa e manteve a PLR e a PLR Social para os empregados do banco. A proposta acompanha o que foi pactuado na mesa única da Fenaban. A Caixa informou ainda que a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) limitou a PLR e a PLR Social em no máximo três remunerações básicas (RB) por empregado.

O banco informou que a trava é em decorrência da extrapolação do teto de pagamento de PLR. Para poder pagar a PLR Social, o Sest autorizou passar o limite, com a contrapartida da restrição.

A CEE/Caixa protestou em relação à restrição da Sest: “Entendemos que é um absurdo a Sest fazer essa limitação. Qual a lógica e necessidade disso? Prejudica especialmente os empregados com remuneração menor. É absurdo que a Sest e o governo façam este tipo de coisa, ainda mais considerando que são os empregados da Caixa que estão na linha de frente no pagamento do auxílio emergencial”, explicou Fabiana.

“A PLR Social é uma conquista dos empregados da Caixa por todo o trabalho desenvolvido pelo banco na parte social. Enquanto existir desigualdade no país, um banco como a Caixa é mais que necessário. PLR Social é reconhecimento disso. Entretanto, considerando o momento de pandemia, gostaríamos que a direção da empresa olhasse com mais preocupação os colegas que estão na rede. Eles estão extremamente estafados e necessitam que a Caixa tenha um cuidado maior”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa.

Reivindicações

Na madrugada de sábado, a Caixa garantiu a manutenção de todos os benefícios que constam atualmente no ACT.

Outra cobrança da Comissão foi o fim da abertura aos sábados das agências. A Caixa informou que o pedido está em avaliação e o objetivo é adequar as próximas portarias para que não haja a abertura. Até esse momento, a intenção é trabalhar alternadamente até excluir a portaria.

A Caixa voltou a sugerir que os Fóruns e Grupos de Trabalho sejam revistos e alguns Grupos de Trabalho (GTs) encerrados. A proposta foi recusada pela CEE.

“As negociações desta campanha, até agora, têm sido muito difíceis. Foram nove rodadas de negociação na Caixa e outras tantas na mesa da Fenaban. Reuniões que vararam a madrugada e resultaram nas propostas apresentadas. Precisamos agora analisá-las com cuidado e decidir. Como se esperava, por conta do contexto, teremos perdas, como a maioria da população brasileira está tendo. O que precisa ser avaliado também é saber quais serão nossos próximos passos, caso a proposta seja recusada. Lembrando que na próxima terça, início de setembro, não teremos mais a proteção do nosso acordo coletivo de trabalho e estaremos à mercê de um governo autoritário, que não gosta da classe dos trabalhadores e está a serviço do mercado financeiro. Como disse, as negociações foram difíceis e conseguimos chegar até aqui, compete agora à categoria em assembleia decidir qual o próximo passo”, avalia o representante da Fetec-CUT/CN na CEE/Caixa, Antonio Abdan, que é secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato.

Da Redação com Contraf-CUT