Na Semana da Mulher Negra, Sindicato recebe exposição sobre orixás

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A artista ceilandense Jusianne Castilho expõe, durante esta semana, as obras da coleção “Iabás” em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A exposição, aberta para visitação das 9h às 19h no foyer do Teatro dos Bancários, na sede do Sindicato (EQS 314/315), faz parte da agenda distrital de saudação das contribuições e de discussão das pautas de luta das mulheres negras.

Referenciada pelas religiões de matriz africana e do povo de axé, a artista plástica usa da representação das orixás, das Iabás. “A coleção Iabás foi escolhida pela representação da mulher negra e suas potencialidades porque eu acredito que, mesmo dentro das nossas subjetividades enquanto mulheres negras, nós temos muito das Iabás”, conta Jusianne.

Com as obras, que expressam a força e o poder das divindades femininas do candomblé, Jusianne diz que demonstra gratidão e fé, além de denunciar violências motivadas pela raça. “Também é um ato político, que vai contra o racismo religioso, a intolerância, a marginalização e a invisibilidade que sofrem os povos de axé”, finaliza.

Os passos que vêm de longe

Há 31 anos, após mobilização histórica de milhares de mulheres negras da América Latina e do Caribe, a ONU instituiu o 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. No Brasil, também se celebra o Dia Nacional Tereza de Benguela, em referência a uma líder quilombola que uniu a luta da comunidade negra à indígena no início dos anos 1750.

“Essa data é importante para a gente pensar os problemas que nos afetam diretamente e também pautar políticas públicas interseccionais para garantir condições dignas de trabalho, moradia, saúde, educação”, conta Kelly Quirino, a primeira mulher negra eleita para o Conselho de Administração do Banco do Brasil (Caref BB).

Empossada em abril, Quirino conta que “cada vez mais eu entendo a importância de estar neste espaço. A representatividade que já gera. As mulheres negras do próprio Banco do Brasil que olham pra mim se inspiram e almejam: eu quero que elas também sejam conselheiras. É o abrir caminhos”, disse a Caref.A data é um reconhecimento às contribuições históricas e basilares dadas por mulheres negras em todo o território da América do Sul e Caribe.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília