Mulheres se unem na luta contra o retrocesso do governo Bolsonaro e exigem os seus direitos

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“Pela vida das mulheres e pelo fim do racismo e machismo! Lutamos por comida, emprego, saúde e educação. Bolsonaro e Ibaneis nunca mais!” Com este mote, as manifestações do Dia Internacional das Mulheres, do movimento 8M Unificado DF e Entorno, levaram milhares de mulheres às ruas da capital federal, neste 8 de março, na luta contra o retrocesso que este governo machista, racista e fascista tenta impor.

O ponto alto das manifestações ocorreu no final do dia. Por volta das 17h, os participantes começaram a se concentrar no Museu da República e, às 18h30, saíram em marcha pela Esplanada dos Ministérios. O ato foi feito pela pluralidade do movimento de mulheres e feministas: indígenas, negras, brancas, trabalhadoras, desempregadas, periféricas, jovens e idosas, lésbicas, bissexuais e trans, mulheres com deficiências, por todas as mulheres que lutam por uma sociedade justa. O Sindicato dos Bancários de Brasília reforçou os protestos.

“Estamos na marcha do 8M Unificado para dizer da nossa insatisfação com as políticas públicas de acolhimento às mulheres em situação de violência. Toda a política de gênero foi desmontada por esse governo Bolsonaro, e no DF, por Ibaneis”, ressaltou a secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado.

Ela acrescentou: “Também estamos divulgando o nosso canal ‘Viva sem Violência’, que é uma contribuição de bancárias e bancários para proteger e dar assistência às mulheres em situação de violência doméstica e familiar”.

Zezé esclareceu que o canal tem plantão 24h por dia, sete dias por semana, e o atendimento pelo WhatsApp (61) 99292-5294 segue princípios pactuados em tratados internacionais que são fundamentais para garantir uma condução segura e necessária. “Além de humanizado e acolhedor, o atendimento é sigiloso, com garantia de privacidade, fortalecimento da autonomia das mulheres e respeito às diversidades e trajetórias”.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) reiterou a força das mulheres e destacou: “É tanta ancestralidade que carregamos, é tanta força das matas, das águas, é tanta força que nós carregamos pra dizer que somos nós, mulheres, que vamos arrancar a faixa presidencial do peito estufado do fascismo, da misoginia, do sexismo. Somos nós, mulheres, em todos os cantos desse país, que nos levantamos e em movimento, como diz Rosa Luxemburgo, vamos arrancando as correntes que nos prendem. E mais do que isso, vamos quebrando essas correntes porque não há democracia enquanto tivermos tantas mulheres que não querem voltar para casa porque temem a dor de uma violência sexista”.

Em defesa da vida, do emprego e da educação

As comemorações do Dia Internacional das Mulheres começaram às 11h, com um ato em frente ao Palácio do Buriti, promovido pelo Coletivo de Mulheres Negras Baobás. Diretora da Fetec-CUT-CN, Samantha Sousa parabenizou todas as mulheres, em especial as bancárias, e destacou a importância da atividade, realizada juntamente com os movimentos negros, para defender a vida, o emprego e a educação. “Estamos na luta contra esse governo fascista e machista. Bolsonaro e Ibaneis nunca mais. Precisamos de políticas públicas para combater o racismo que assola diariamente o nosso país”, reforçou.

Durante o ato, foi feito o plantio de uma baobá (árvore africana que raramente cresce além de 18m, mas seu tronco, muito grosso, pode alcançar de nove a 15m de diâmetro) que, conforme disse Erika Kokay, representa a força e o respeito aos nossos ancestrais. “Por isso, queremos que este espaço seja do povo preto e indígena desta cidade e deste país. Que seja um espaço onde os corpos femininos, que são tão feridos, possam desenvolver a sua própria humanidade sem qualquer cerca, nem as literais nem as metafóricas”, esclareceu a parlamentar.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília