Mulheres são duramente atingidas pelo desemprego e a precarização do trabalho, aponta Dieese

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As mulheres, em razão de suas vulnerabilidades históricas, são as maiores vítimas do desgoverno Bolsonaro com sua condução desastrosa da economia e da crise sanitária, baseada em cortes de direitos trabalhistas e sociais e em precarização do trabalho. É o que indica levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), e que apresenta resultados da comparação entre o volume da força de trabalho feminina antes da pandemia (terceiro trimestre de 2019) e em plena crise sanitária (terceiro trimestre de 2021).

Em boletim especial alusivo ao 8 de março, Dia da Mulher, o Dieese lembra que “o mercado de trabalho brasileiro passa por uma situação dramática: aumento do desemprego, da informalidade, do trabalho precário, da subutilização da mão de obra e redução dos rendimentos de trabalhadores e trabalhadoras”, e destaca que “as mulheres, que historicamente ocupam posições mais vulneráveis no mercado de trabalho, foram duramente atingidas por essas circunstâncias”.

De acordo com o estudo, no terceiro trimestre de 2021, a força de trabalho feminina contava com 1,11 milhão de mulheres a menos do que no mesmo trimestre de 2019, ou seja, passou de 47,5 milhões para 46,4 milhões, o que significa que parcela expressiva de trabalhadoras saiu do mercado de trabalho durante a pandemia e ainda não havia retornado em 2021. A redução entre as negras na força de trabalho foi de 925 mil mulheres no período, número superior ao das não negras, correspondente a 189 mil.

O contingente de mulheres fora da força de trabalho, isto é, que não buscou ocupação e não trabalhou, entre 2019 e 2021, aumentou em 2,8 milhões, e passou de 39,6 milhões para 42,4 milhões. Desse total, 1,7 milhão eram não negras e 1,1, negras. “O resultado indica o desalento de parcela expressiva de mulheres que antes trabalhavam e agora não acreditam ser possível conseguir nova colocação ou têm receio de voltar ao trabalho por causa da pandemia”, explica o Dieese.

O levantamento aponta ainda que os rendimentos das mulheres continuaram inferiores aos dos homens, mesmo sendo a escolaridade delas quase sempre mais alta. O rendimento médio feminino foi de R$ 2.078, no terceiro trimestre de 2021, e o masculino, de R$ 2.599. Na comparação, as mulheres ganharam 80% do recebido pelos homens, proporção maior do que os 78% verificados no terceiro trimestre de 2019, quando elas recebiam R$ 2.139 e os homens, R$ 2.742.

Para conferir a íntegra do boletim especial do Dieese, “Mulheres no mercado de trabalho brasileiro: velhas desigualdades e mais precarização”:

Boletim-Especial-Mulher-mar2022

Da Redação