Mulheres Indígenas se somam ao Dia Nacional de Paralisação da Educação e à Marcha das Margaridas

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Em tempos de governo autoritário e declaradamente misógino, as mulheres têm se mobilizado e se tornado protagonistas das suas histórias. Como parte dessas mobilizações, de 9 a 14 de agosto, acontece em Brasília a 1º Marcha das Mulheres Indígenas. A ação se soma a outras duas grandes manifestações: a Paralisação Nacional em Defesa da Educação e da Aposentadoria e a Marcha das Margaridas.

A 1º Marcha das Mulheres Indígenas foi deliberada durante o Acampamento Terra Livre (ATL 2019), que aconteceu na capital federal em abril deste ano. Sob o lema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, a ação tem como principal objetivo discutir com a sociedade a política genocida que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem imposto aos povos indígenas. Além disso, a ação pretende dar visibilidade às pautas das mulheres indígenas, ressaltando seu protagonismo na luta por direitos, em especial, no que diz respeito ao cuidado à terra.

Durante o período de estádia em Brasília, as indígenas realizarão ainda o Encontro Nacional de Mulheres Indígenas, que discutirá as questões levantas na plenária das mulheres, durante o ATL 2019.

Manifestação unificada

Nesta terça-feira (13), as mulheres indígenas sairão em marcha do acampamento levantado no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, até o Museu Nacional da República, onde estarão concentrados manifestantes para a marcha do Dia Nacional de Paralisação da Educação.

Já na quarta-feira (14), as indígenas também se somarão às mulheres do campo, da floresta e das águas, na Marcha das Margaridas. O encontro das mulheres também será às 9h, na Esplanada dos Ministérios.

Mulheres indígenas ocupam Sesai

Na manhã desta segunda (12), centenas de mulheres indígenas ocuparam o prédio da Secretaria Especial da Saúde Indígena (SESAI). A ação exigiu o fim do desmonte das políticas públicas voltadas à saúde indígena e a saída imediata da coordenadora da pasta, Silvia Nobre Wajãpi, nomeada por Bolsonaro.

A princípio, a ideia das mulheres era dialogar com a coordenadora e expor a insatisfação com o desmonte da saúde dos povos. Entretanto, Silvia se recusou a receber o grupo e saiu do prédio sob vaias. “Silvia não representa a maioria das mulheres indígenas. Viemos aqui para dialogar e não fomos recebidos. Isso mostra a contradição“, afirma Célia Xakriaba.

De acordo com a mulheres indígenas, desde que Silvia assumiu a pasta, as políticas de saúde indígena foram drasticamente precarizadas. São constantes os atrasos no repasse de verbas para manutenção da ações. Soma-se a isso o desmonte do Programa Mais Médicos, que levava atendimento médico às populações em locais mais distantes, como as aldeias indígenas.

Nyg Kaigang, da região sul do país, destacou que luta é também pela revitalização do órgão. “Vamos lutar para que se garanta um atendimento de saúde específica pautada no alinhamento dos conhecimentos da medicina tradicional, do modo de pensar a cura dos nossos corpos”, disse.

Fonte: CUT Brasília com informações da Mídia Ninja