Mesmo com lucro nas alturas, Bradesco insiste em demitir e fechar mais agências

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O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 19,458 bilhões em 2020. Mas, mesmo assim, pretende fechar 450 unidades neste ano, somadas às encerradas no ano passado, que totalizaram 1.533, o que representa uma redução de 34,2% em relação ao tamanho da rede em 2019, que contava com 4.478 agências.

No quarto trimestre, o banco registrou lucro líquido de R$ 5,464 bilhões, um crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,883 bilhões).

O diretor da Fetec-Centro Norte e funcionário do Bradesco, José Avelino, esclarece que o corte faz parte de um plano de reestruturação de despesas que o banco já vem implementando desde o ano passado. Entre o final de março e de dezembro, foram fechados 7.212 postos de trabalho e 772 agências, apesar do compromisso assumido pelo banco de não demitir durante a pandemia. “Em 2020 o Sindicato fez várias atividades de protestos, inclusive com paralisações contra as demissões”.

“O banco faltou com a responsabilidade social e demonstrou descaso com seus funcionários, uma vez que o lucro é resultado dos esforços dos trabalhadores”, observa José Avelino, diretor da Fetec-Centro Norte e funcionário do Bradesco, acrescentando que foram quase 10% de demissões, medida que também afeta a população e os clientes.

Das 450 agências previstas para encerrar atividades neste ano, 150 correspondem a espaços físicos, enquanto outras 300 serão incorporadas e transformadas em unidades de negócio.

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) Bradesco já solicitou uma reunião com o banco, que deve ser agendada para a segunda quinzena de fevereiro, para entender o motivo de tantos fechamentos.

Mariluce Fernades
Do Seeb Brasília