Mesa de negociação com o BB fica zerada na pauta econômica

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A rodada de negociação sobre as cláusulas econômicas ficou sem proposta de avanço ou melhoria no acordo coletivo dos funcionários do Banco do Brasil. Esta foi a quinta rodada de negociação e não foi apresentada nenhuma proposta para as cláusulas econômicas.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco que apresentasse proposta para as cláusulas econômicas e também para os temas debatidos nas rodadas anteriores. Desde o início das negociações houve solicitação que o banco apresentasse algumas propostas de avanço no decorrer do processo negocial, o que não aconteceu. 

O banco informou que fará uma proposta envolvendo cláusulas econômicas no dia 07/08, próxima terça-feira, na sequência da mesa da Fenaban, quando os bancos ali reunidos, farão a proposta de índice de reajuste e dos demais itens.

Descomissionamentos

A Comissão de Empresa explicitou ao banco a insatisfação dos funcionários com a proposta feita pela empresa de redução dos ciclos avaliatórios de GDP para descomissionamento por desempenho. O banco quer reduzir dos atuais 3 ciclos para apenas 1 ciclo, ou seja, um semestre.

A repercussão da proposta foi extremamente negativa e os funcionários relataram aos representantes do BB que há um grande temor e desespero dos funcionários, causado pelo próprio banco.

Chegaram aos sindicatos relatos de reuniões entre gerentes e superintendes onde os diretores da DISUD e DIRED orientaram os gestores a encher a GDP dos funcionários com anotações para preparar o descomissionamento.

“Cobrança anota e elogio só fala” 

O relato mais assustador repassado pelo gerentes gerais é que a direção da empresa tem orientado os gestores a anotar todas as cobranças e que os elogios sejam feitos apenas verbalmente, numa escancarada deturpação da GDP, como já foi criticado pelo movimento sindical.  

“Em nossa minuta de reivindicações propomos melhorias na cláusula que trata do descomissionamento após três ciclos avaliatórios negativos. Não concordamos com a redução para um ciclo, como propõe a empresa, e esperamos resposta do banco sobre os itens que elencamos, como o respeito à média em trezentos e sessenta graus, maiores possibilidades de contestação de notas ruins e outros (ver cláusula 35 da minuta)”, explica Rafael Zanon, diretor do Sindicato e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa.

Intervalo de almoço, banco de horas e demais itens

Os representantes dos funcionários argumentaram ao banco as preocupações em relação a proposta de flexibilização do intervalo de almoço apresentada pelo BB na reunião anterior. 

Muitos funcionários estão temerosos de que a flexibilização faça com que em alguns locais de trabalho a redução ou ampliação seja colocada como obrigatória para a atender apenas a necessidade do serviço e não pela vontade do funcionários.

O banco apresentou também uma proposta de banco de horas, na proporção de 1 pra 1, ainda sem redação definitiva. Os funcionários argumentaram que o problema dos bancos de horas é justamente o não pagamento de horas extras. Com o banco de horas proposto pela empresa, o acréscimo de 50 % da hora extra não seria pago.

A CEBB cobrou uma redação que contemple essa preocupação e o tema será debatido com todos os bancários, uma vez que foi também apresentado na mesa da Fenaban.

Os representantes dos funcionários reivindicaram do banco a realização de um censo da diversidade dentro do banco, com a construção feita em conjunto com os sindicatos, para que se tenha um mapa dos funcionários, no intuito de se produzir políticas afirmativas para o conjunto do corpo funcional do BB. 

Funcionários aprovados no concurso para a microrregião DF-TI

A comissão de empresa cobrou mais uma vez o cumprimento do edital do concurso para a microrregião DF-TI. Dezenas de funcionários aprovados nesse concurso para a área de tecnologia ainda não foram nomeados na área de tecnologia do banco, como prevê o edital do concurso, e aguardam lotados em agências.

A direção do Banco respondeu que os funcionários desse concurso terão a oportunidade de ir para TI quando houver PROGRID, não respondendo quando nem como esses funcionários teriam essa oportunidade.

“A Comissão de Empresa reafirma a reivindicação de que os funcionários que passaram no concurso de TI que hoje continuam lotados em agências devem ser nomeados da Ditec, tal qual os colegas do mesmo concurso que foram nomeados anteriormente. O concurso em que foram aprovados foi específico para a área de TI, inclusive com prova diferenciada, que envolvia conhecimentos específicos de tecnologia”, explica Rafael Zanon, diretor do Sindicato que representa a Fetec-CUT na Comissão de Empresa.

Campanha pelo NÃO na Cassi para a proposta do banco 

A Comissão de Empresa da Contraf-CUT informou aos representantes do BB que lamenta a decisão do Banco em atropelar o processo de negociação e tentar impor aos associados tantas mudanças no estatuto que retiram direitos e aumentam as despesas dos funcionários. 

A Contraf-CUT apresentou ao banco propostas para a Cassi e o pedido de retomada das negociações que foram solenemente ignorados.

Os representantes dos funcionários lembram ao BB que nunca uma proposta de alteração teve tantos sindicatos, entidades associações de aposentados e conselhos de usuários fazendo campanha pelo não e que isso deve ser avaliado pelo banco.

Os sindicatos ainda informaram ao banco o perigo de uma proposta com risco atuarial apontado ainda no âmbito do Conselho deliberativo da Cassi. Os cálculos da proposta são frágeis e podem levar ao mesmo erro do acordo anterior, que era para durar até 2019 e o banco errou nas contas.

Da Redação com Contraf-CUT