Margaridas chegam a Brasília com a esperança de reconstruir o Brasil pelo bem viver

A marcha de 2023 caracteriza um momento de retomada de diálogo, preocupação com os direitos sociais e respeito ao meio ambiente e às manifestações populares

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Vindas de todas as partes do país, trabalhadoras do campo, das florestas, das matas, das águas e das cidades vão ocupar a capital federal nos dias 15 e 16 de agosto, para a Marcha das Margaridas. Maior ação política de mulheres da América Latina, a mobilização chega a sua 7° edição com o lema: “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver” e apresenta 13 eixos de luta, explicitados nos cadernos de teses.

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios, poder e participação política das mulheres, autodeterminação dos povos com soberania alimentar, hídrica e energética estão entre os pontos defendidos pelas Margaridas, que foram entregues ao governo federal em cerimônia realizada no dia 21 de junho, evento que contou com a participação de 13 ministras e ministros de Estado. A expectativa é que o presidente Lula receba as mulheres no dia 16 de agosto e comente a pauta.

A marcha, que está sendo construída desde 2021, é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e 16 organizações parceiras, incluindo a CUT e diversos outros movimentos sociais.

A última marcha das margaridas aconteceu em 2019 e em um contexto muito diferente do atual, lembra a secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais. “Foi uma marcha da resistência, onde as mulheres sentiram muito medo, mas conseguimos trazer mais de 100 mil mulheres a Brasília. Num momento de perdas de direitos, de retrocessos de políticas públicas, de criminalização, de aumento da violência, diferente desse ano de 2023, que a gente está dizendo que é a marcha de reconstrução do país, há uma expectativa muito grande de todas nós na retomada de políticas públicas, de programas, então estamos muito esperançosas”, afirmou a liderança.

Quais foram os direitos já conquistados pelas margaridas

Nas ruas desde 2000, as Margaridas já alcançaram muitas de suas reivindicações. No que diz respeito à Documentação, acesso a terra, produção e agroecologia, pode-se destacar a criação do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural e do Programa de Apoio à Organização Produtiva de Mulheres Rurais, a titulação conjunta obrigatória, e a revisão dos critérios das famílias.

Graças à mobilização, as mulheres também garantiram o direito à criação da Coordenadoria de Educação no Campo do MEC, a constituição de Grupo de Trabalho para a educação Infantil no Campo, a criação e funcionamento do Fórum Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta e a entrega de 54 unidades móveis de atendimento às Mulheres em situação de violência em áreas rurais, incluindo unidades móveis pluviais para a região amazônica. 

No que diz respeito à saúde, trabalho e previdência social, algumas das conquistas das Margaridas foram a implementação do Projeto de Formação de Multiplicadoras/es em Gênero, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos em convênio com o Ministério da Saúde, a manutenção da aposentadoria das mulheres aos 55 anos e representação na Comissão Tripartite de Igualdade de Oportunidades do Ministério do Trabalho.  

Para colaborar com a vinda de mais mulheres para a Marcha, acesse: https://benfeitoria.com/projeto/marchadasmargaridas2023 

Fonte: CUT-DF com informações do Brasil de Fato