Itaú apresenta programa Recomece para COE

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Retorno ao trabalho dos afastados por licença médica, o programa de remuneração variável e o retorno sobre o banco de horas negativas foram os pontos da pauta da reunião entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco, nesta quarta-feira (16).

No início da negociação, os representantes do Itaú avisaram que não tiveram tempo hábil para o retorno da proposta de compensação das horas negativas. Na última reunião, realizada na semana passada, o movimento sindical propôs que, a partir de 31 de agosto, vencimento do acordo, quem ficar devendo as horas, seja abonado a todos os funcionários. A ideia surgiu por ser um grupo pequeno, que não conseguiu repor as horas por falta de equipamentos ou problemas pessoais.

Programa Recomece

Durante a reunião, o banco apresentou o programa Recomece, que já está em fase de testes no Rio de Janeiro. Ele é voltado para todos os colaboradores que estão aptos a retornar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um retorno gradual. Os trabalhadores que ficaram mais de 180 dias afastados entram no programa automaticamente e os que ficaram menos de 180 dias, só entram com indicação médica.

O Recomece oferece curso de atualização, ajustes de metas, retorno gradativo, acompanhamento por assistente social e psicólogo. A duração é de 15 dias e pode ser ampliado por mais 15 dias. Se depois deste período o trabalhador não estiver apto, ele será encaminhado para o INSS.

Luciana Duarte, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do banco, criticou a ausência da medicina ocupacional do banco no programa. “A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria prevê uma equipe interdisciplinar neste tipo de acompanhamento, na qual a equipe de medicina ocupacional do banco deve estar envolvida. Esta é a primeira falha”, apontou. “A recomendação do médico assistente, aquele que acompanha o dia a dia do trabalhador e a evolução dos seus casos de doenças, é muito importante para nós. A opinião dele neste processo é de suma importância e precisa constar no programa”, completou.

O movimento sindical também pediu transparência nos processos de testagens de novos projetos. “Nós ficamos sabendo da existência deste Recomece pela base”, denunciou Carlos Damarindo, membro do GT de Saúde. “Ninguém é contra o programa, só precisamos dar o ponto de vista do trabalhador, para contribuir com sua construção”.

O tema será debatido pelo GT de Saúde.

Remuneração

A COE Itaú cobrou uma negociação específica e exclusiva sobre remuneração. “O Gera precisa ser mais debatido ponto a ponto sobre a remuneração. Essas mudanças estão adoecendo ainda mais os funcionários”, ressalta o representante do Sindicato na COE e diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Washington Henrique. Segundo ele, a COE Itaú vai encaminhar, por intermédio da Contraf-CUT, um ofício com os principais pontos de mudanças sugeridas para o Gera.

Da Redação com Contraf-CUT