Insegurança alimentar no Brasil e o projeto do Sindicato ‘Quem tem fome tem pressa’| Por Robson Neri

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Conforme definição dada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a insegurança alimentar é um fenômeno que ocorre quando um indivíduo não possui acesso físico, econômico e social a alimentos de forma a satisfazer as suas necessidades diárias.

O IBGE classifica a insegurança alimentar em três níveis: leve, moderada e grave, sendo a grave caracterizada pela falta de comida, chegando à condição de fome.

Dados do mesmo instituto, levantados em 2018, revelam que 41% da população brasileira convivem com a insegurança alimentar. Em 2020, esse problema, nos níveis moderado e grave, atingia 30% da população mundial, enquanto na África saltava para 60%.

É justo afirmar que ações foram adotadas há cerca de 20 anos pelo governo brasileiro, e que esse desafio persistente parecia superado. No entanto, o atual governo brasileiro sequer elaborou qualquer levantamento relativo ao assunto ou às pessoas em situação de fome. Cabe ressaltar que os acontecimentos ocorridos a partir de 2016, somados à má gestão governamental (política e econômica) e à pandemia, potencializaram a desigualdade social e essa situação. Os dados acima estão disponíveis no site da FAO , da Rede PENSSAN e do IBGE.

De acordo com a Oxfam Brasil, na década de 70, no período da ditadura militar no Brasil, a segurança alimentarestava diretamente associada à autossuficiência na produção de alimentos de um país. Se assim considerássemos, no Brasil não haveria insegurança alimentar, mesmo com cerca de 33 milhões de pessoas em situação de fome.

É necessário que o governo brasileiro retome políticas que levem à erradicação da fome e das desigualdades, pois é alarmante o crescimento dessa situação nos últimos anos.

Diante de tais fatos, em maio de 2021, o Sindicato dos Bancários de Brasília, representando seus bancários, criou a Ação Solidária de Doação de Cestas para Famílias em Situação de Fome.

Atualmente, a Secretaria de Relações com a Comunidade é dirigida por mim, Robson Neri, funcionário de carreira do BRB, e posso garantir que a minha dedicação será incondicional para atender às comunidades com pior IDH e taxa de desemprego, de modo a amenizar suas necessidades.

O atendimento não se limitará à entrega de cestas básicas, mas estará voltado às necessidades emergenciais, como por exemplo, a entrega de agasalhos e cobertores em períodos frios. Conto para isso com a dedicação e a mobilização da categoria bancária e cidadãos brasilienses que tenham o interesse em ajudar.

É um absurdo e muito triste viver num país onde se batem recordes de produção de alimentos perante o mundo e sua população passa fome. A desigualdade social é muito grande e cresce a cada dia.

Com base nesses dados, os desafios do combate à fome e da redução do número de pessoas em situação de insegurança alimentar serão enormes para o presidente eleito, que, entre várias ações, deverá intensificar uma política de proteção social, reduzindo a desigualdade e aumentando a capacidade de compra de alimentos necessáriose saudáveis, de forma a erradicar esse grave problema – sendo preciso, para tanto, firmar um pacto entre a sociedade civil e os governos.

Robson Neri é secretário de Relações
com a Comunidade do Sindicato