Ibaneis pretende afrouxar ainda mais a quarentena e pode colocar milhares de vidas em risco

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Montagem: Sinpro-DF

Sinpro-DF lança campanha pela manutenção do fechamentos das escolas e professores da UnB fazem pesquisa sobre volta às aulas

Justo no momento que a pandemia do novo coronavírus está chegando ao pico no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha demonstra interesse em afrouxar a quarentena, ao pretender reabrir as escolas da rede pública de ensino a partir do dia 27. A medida contraria as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e desmantela o protagonismo assumido pelo GDF, que, em 14 de março, decretou o fechamento das escolas públicas e particulares.

A pretensão do governador do Distrito Federal é considerada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) um alinhamento descabido à postura de descompromisso com os direitos humanos assumida por Jair Bolsonaro ao negligenciar o combate ao coronavírus e colocar em risco a vida da população. A retomada das aulas a partir das escolas militarizadas foi sinalizada por Ibaneis ao sair de encontro com o presidente na última segunda-feira (20), e após pressão de pais e alunos dessas unidades foi descartada.

O governador vem se dobrando, sucessivamente, às pressões bolsonaristas pela quebra do isolamento social. No dia 13 último, ele autorizou por decreto a abertura de parte do comércio não essencial. Em 25 de março, havia se recusado a assinar carta subscrita por outros 25 governadores, na qual os chefes dos Executivos estaduais definiam que a decisão prioritária era cuidar da vida das pessoas e que a responsabilidade com a economia não era algo excludente. Deixou de assinar também a Carta Aberta à Sociedade Brasileira em Defesa da Democracia, do Fórum de Governadores, divulgada no último domingo (19).

No mesmo dia do encontro entre Ibaneis e Bolsonaro, o Sinpro-DF lançaram a campanha “A educação não pode morrer!”, que promoverá ações contra a reabertura das escolas públicas e a exposição de meio milhão de estudantes e professores ao vírus. Além de mobilizar professores e orientadores educacionais, a campanha vai dialogar com parlamentares pela manutenção do fechamento das escolas. Saiba mais sobre o movimento aqui.

A representação dos professores divulgou nota na qual convoca a sociedade a se somar à mobilização da comunidade escolar contra a temerosa flexibilização do isolamento social em momento crítico da evolução da pandemia. “Todos os institutos de pesquisa e medicina do país e do mundo têm avisado, insistentemente, que o pico de contágio, de manifestação da doença e de mortes no Brasil e no DF será nos meses de maio e junho e que este é o principal período em que a cidade deve fortalecer o isolamento social. Exigir que a rede pública de ensino reinicie o ano letivo neste momento é um crime doloso contra a população”, diz o texto.

Pesquisa sobre volta às aulas

A volta às aulas durante a pandemia de Covid-19 está sendo analisada em pesquisa que busca colher a percepção dos pais dos alunos matriculados em escolas do DF. O estudo faz parte dos esforços de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), membros do observatório PrEpidemia (site: prepidemia.org), formado por uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de acompanhar os impactos sociais, econômicos e ambientais na população brasileira durante epidemias.

Clique aqui (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScWwSR13vk15C6v_nafBveJhXAAXIwaeUUihVfef6kYzq3SEw/viewform) para participar.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília